sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Shiver - Walpurgis (1969)

"Shiver" é uma excelente banda suiça de Blues Psicodélico mas que infelizmente só lançou um único álbum o "Walpurgis" (1969). Para ser sincero, desconhecia completamente essa interessante banda, mas por sorte, tive o privilégio de conhecer o trabalho enquanto visitava o excelente Blog Hofmann&Stoll do caro amigo Faustodevil. Compelido pela resenha e pela arte da capa, criada pelo grande artista suiço H. R. Giger, baixei o material e botei para executar enquanto apreciava a sombria beleza da capa (primeira capa para LP criada por  H. R. Giger, sendo sua capa mais conhecida a do álbum do E.L.P. "Brain Salad Surgery"), logo na primeira música fiquei completamente desconcertado com a qualidade da banda, que me lembrou imediatamente as bandas Ekseption e Procol Harum. As demais músicas são igualmente excelentes e para quem gosta do Blues, regado a muito Hammond, piano e uma excelente guitarra é uma oportunidade imperdível.

Para mais informações e maiores detalhes sobre o material musical e link para download visite o excelente Blog Hofmann&Stoll:

http://hofmannstoll.blogspot.com/search/label/SHIVER

Por simples curiosidade, a origem e o significado da expressão "Walpurgis" é extremamente amplo e complexo e varia do momento histórico e da região geográfica na qual nos referimos a ela. Inúmeras referências a "Walpurgis" são encontradas em muitos países como uma data comemorativa. Referências à "Noite de Walpurgis" são encontradas na Finlândia, Alemanha, Suécia dentre outros países e suas origens perdem-se nas trevas dos tempos.

O festival de Walpurgis (22 de Abril até 1 de Maio) relata um dos mais interessantes significados dentre as comemorações pagãs. Nas nove noites de 22 até dia 30 de Abril, é relembrado o auto-sacrifício de Odin pendurado na Árvore do Mundo Yggdrasil. Na nona noite (30 de Abril, Walpurgisnacht) que ele resgatou as Runas, e simbolicamente morreu por um instante. Neste momento, toda a luz entre os 9 mundos foi extinguida e o caos reinou. No ultimo toque na meia-noite, ele renasce e tudo volta ao normal.

Históricamente o "Walpurgisnacht" parece que originou-se de tradições pagãs, onde era celebrada a chegada da primavera. A celebração, realizada à noite com fogueiras, música, dança e bebidas, trata-se de uma evidente celebração da fertilidade, após os rigores do inverno. No entanto, certamente essa celebração pagã, não agradava aos interesses católicos, que trataram de subverter seu real significado, atribuindo à festividade uma pretensa relação com o culto aos demônios, onde a bebida levava a realização de orgias e a toda uma série de atos abomináveis. Na minha ignorância, particularmente, acredito que a Igreja Católica incapacitada de subjugar as já arraigadas e populares crenças pagãs, aproveitou-se de um fato histórico ocorrido nos bastidores do clero, visando usurpar e transformar a data (1 de Maio) em uma celebração de natureza cristã. Eis o fato, relatado de forma breve:

A personagem principal, Walpurga ou Walburga, dependendo do momento e da área em que alguém se refere a ela, nasceu no final do século sete ou no inicio do oitavo. Educada sob rígidos princípios cristãos, assumiu o hábito e junto com algumas outras religiosas, empenhou-se em construir casas religiosas pela Alemanha, chegando a tornar-se abadessa da ordem beneditina de Heidenheim. Falecida em 25 de fevereiro de 779, seus despojos foram transferidos para Eichstadt, onde ela foi enterrada numa gruta de pedra, de onde "surgiu" uma espécie de óleo betuminoso, mais tarde conhecido como Óleo de Walpurgis, considerado como tendo eficácia milagrosa contra doenças. A gruta tornou-se um lugar de peregrinação e no mesmo ano de sua morte, na exata e oportuna data de 1 de Maio de 779, foi canonizada como Santa Walpurgis e uma grande igreja foi construída sobre o local. Dessa forma, a Igreja católica com exemplar habilidade,  finalmente "usurpa-se" da data das celebrações pagãs de 1º de Maio, revestindo a data com um significado cristão.

Shiver - Walpurgis (1969)

Músicas: 
01. Repent Walpurgis
02. Ode To The Salvation Army
03. Leave This Man Alone
04. What’s Wrong About The Blues
05. Hey Mr. Holy Man
06. Don’t Let Me Be Misunderstood
07. No Time
08. The Peddle.

Músicos: 
Dany Ruhle: Guitarra principal, harmônica e vocal
Jelly Pastorini: Orgão e Piano
Mario Conza: baixo, flauta e vocal
Roger Maurer: bateria e vocal
Peter Robinson: vocal principal

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Wishbone Ash - There's The Rub (1974)

A banda inglesa Wishbone Ash, lançou seu primeiro álbum entitulado "Wishbone Ash" em 1970 e sua formação manteve-se inalterada até o álbum "There's The Rub" em 1974, com a saída do guitarrista Ted Turner, que somente retornou a banda no período compreendido entre os anos de 1987 até 1994.

Não me parece certo, dizer que o Wishbone Ash seja uma banda de progressivo, pode eventualmente lembrar essa corrente musical, numa ou noutra passagem, por conta da sua elaborada e complexa estrutura musical, mas sem sombra de dúvida, embora sempre receptivos e influenciados por outras correntes musicais, os estilos que predominam na sonoridade do Wisbone Ash são o Rock, o Blues e Jazz.

A banda possui uma longa discografia, mas no meu entender, infelizmente, depois do álbum "There's The Rub" a genialidade do Wishbone Ash desvaneceu. Entregaram-se a uma flagrante simplificação da estrutura musical,  restando muito pouco, ou quase nada, daqueles elementos que diferenciavam e caracterizavam o bom e "velho" Wishbone Ash.

A título de mera indicação, recomendaria como fundamentais os seguintes álbuns: "Wishbone Ash"(1970), "Pilgrimage" (1971), "Argus" (1972), "Wishbone Four" (1973), "Live Dates" (1973), "There's The Rub" (1974). Quero, no entanto, deixar claro que em alguns outros álbuns, existe algum material de qualidade, que nos fazem lembrar a época áurea da banda, mas infelizmente não passam de um fantasmagórico e pálido reflexo do trabalho realizado no período de 1970 -1974.

There's The Rub (1974)

Músicas:
1. Silver Shoes
2. Don’t Come Back
3. Persephone
4. Hometown
5. Lady Jay
6. F.U.B.B.

Músicos:
Andy Powell: Guitarra, Violão, Bandolim e vocal
Martin Turner: Baixo e Vocal principal
Steve Upton: Bateria
Laurie Wisefield: Guitarra, Violão, Banjo, Steel Guitar e Vocal
Albhy Galuten: Orgão e Sintetizadores em "Persephone"

[Obrigado = Thanks]


Wishbone Ash - Pilgrimage (1971)

Este segundo álbum do Wishbone Ash, "Pilgrimage", inexplicavelmente não tem merecido a divulgação que lhe é merecida. Trata-se de um verdadeiro clássico da banda, mal comparando, se estivéssemos nos referindo a preciosidades automobilísticas, seria como um Mustang - Modelo Fast Back - V8 - 1967, uma jóia com mísseros 370 HP.

"Where were you tomorrow", gravada ao vivo em 14/06/1971 no Monfort Hall é um desses memoráveis clássicos, sem falar na conhecidíssima "Jail Bait". A mencionada obra é excepcional na sua totalidade, tem jazz, tem baladas, tem blues, tem rock & roll, tem de tudo um pouco, e tudo exemplarmente arranjado e executado pela formação original dessa genial banda de rock.

Pilgrimage (1971)

Músicas:
01. Vas Dis (Jack McDuff)
02. The Pilgrim
03. Jail Bait
04. Alone
05. Lullaby
06. Valediction
07. Where Were You Tomorrow
08. Jail Bait (bonus)

Músicos:
Martin Turner – Baixo, vocal
Andy Powell – Guitarra, vocal
Ted Turner – Guitarra, vocal
Steve Upton – Bateria

[Obrigado = Thanks]

Wishbone Ash - Wishbone Ash (1970)
Nas palavras do caríssimo amigo Faustodevil do Blog HOFMANNSTOLL:

"Esta postagem dá início a um projeto dos blogs HOFMANNSTOLL e PROGRESSIVE DOWNLOADS, cujo objetivo é a postagem em parceria de alguns álbuns de determinadas bandas. As postagens dos álbuns de cada banda serão alternadas, de forma que um complementará a postagem do outro. Em cada postagem em parceria, haverá um link que levará os visitantes diretamente à postagem de outro álbum da banda".

Sinceramente essa parceria muito me orgulha, pela possibilidade de realizar a prazerosa divulgação da boa música, junto a um companheiro de inegável conhecimento musical, brilhante e objetivo em suas resenhas e que gentilmente aceitou minha proposta de trabalharmos em conjunto, nesse projeto, visando oferecer aos nossos amigos visitantes, uma maior oferta tanto qualitativa quanto quantitativa de material musical.

Sendo assim, segue o link para conhecer um pouco mais sobre o Wishbone Ash e após deleitar-se com a exemplar resenha de autoria do amigo Faustodevil, finalmente baixar essa  verdadeira preciosidade que felizmente possuo em vinil.

http://hofmannstoll.blogspot.com/2010/01/wishbone-ash-wishbone-ash-inglaterra.html

Dixie Dregs - Dregs Of The Earth (1980)

Quando conheci o "Dixie Dregs", a banda já estava no seu quinto álbum, o Dregs Of The Earth (1980). Naquela época eu vivia "duro" (como até hoje), com parcas "merecas reais" no bolso. Não dava pra freqüentar uma Modern Sound ou uma Billboard (famosas lojas de LPs importados no RJ) e conhecer as verdadeiras novidades lançadas no exterior. O que invariavelmente acontecia, era conhecer das "novidades", através dos lançamentos do catálogo nacional, ou então, recorrer a uma das mais famosas e saudosas lojas de LPs usados do RJ a Bausack Discos, que inicialmente ficava na Galeria Condor, no Largo do Machado e posteriormente passou a funcionar no Catete.

Na verdade, foi na Bausack que consegui conhecer e adquirir mais de 70% do material que compõem a minha discoteca. Graças à orientação e generosidade dos meus amigos: Beto, Lourdes e Ivaldo, que reservavam para mim os LPs "consignados", ou então, como aconteceu inúmeras vezes, em se tratando de LPs "da casa", deixavam-me levar as preciosidades para pagar posteriormente.

Bons tempos aqueles... as pessoas confiavam umas nas outras e a relação comercial (compra e venda), ficava em segundo plano. Naquela época, priorizava-se a relação de confiança e amizade. Pode parecer "coisa de velho", e não deixa de ser mesmo (são mais de 30 anos), na verdade, trata-se de flagrante saudosismo. Saudosismo de um "tempo" em que as relações humanas eram regidas por outros valores morais e que infelizmente não existem mais, pois foram gradativamente substituídos por outros desvalores morais. Mas vamos ao que interessa, apenas desejei consignar minha eterna gratidão a Bausack Discos e singelamente homenagear aqueles meus amigos que tanto me ajudaram.

Essa excepcional banda, estado unidense, de Jazz Rock e Fusion, "Dixie Dregs", posteriormente denominada apenas de "The Dregs" e após 1983, rebatizada de "Steve Morse Band" é no meu entender uma daquelas bandas que merecem um lugar de destaque na categoria Jazz Rock e Fusion,  dada a  inegável competência e virtuosismo de seus integrantes.

Acredito que o integrante mais conhecido do público seja o genial e exímio guitarrista Steve Morse, que atualmente integra o "Deep Purple", mas se você não conhece o "Dixie Dregs", esta aí uma excelente oportunidade de escutar uma pequena amostra dessa importante banda e constatar o virtuosismo dos demais integrantes, os caras tocam muito. Pessoalmente, sem desmerecer os demais integrantes da banda, sou um admirador do trabalho do baixista Andy West, o sujeito encara e domina o fretless como poucos, estando no mesmo nível técnico e criativo de outras feras do Jazz Rock como o saudoso Jaco Pastorius, Percy Jones, Ralphe Armstrong e Stanley Clarke.

Como o objetivo principal desse Mukifu é apenas divulgar pequenas amostragens, quero expressamente recomendar os álbuns: "What If "(1978) e "Night of the Living Dregs" (1979), são álbuns imperdíveis e podem ser facilmente adquiridos na rede.

Dregs Of The Earth (1980)

Músicas:
01. Road Expense
02. Pride O' the Farm
03. Twiggs Approved
04. Hereafter
05. The Great Spectacular
06. Broad Street Strut
07. I'm Freaking Out
08. Old World

Músicos:
Steve Morse - acoustic and electric guitars, banjo, pedal steel
Andy West - fretted and fretless bass
Allen Sloan - acoustic and electric violins, viola
Rod Morgenstein - drums and percussion
T Lavitz - acoustic and electric piano, organ, synthesizer, clavinet

[Obrigado = Thanks]


The Dregs - Unsung Heroes (1981)


Unsung Heroes (1981)

Músicas:
01. Cruise Control
02. Divided We Stand
03. I'll Just Pick
04. Day 444
05. Rock and Roll Park
06. Attila the Hun
07. Kat Food
08. Go for Baroque

Músicos:
Steve Morse - acoustic and electric guitars
Andy West - fretted and fretless bass
Allen Sloan (Sloanov) - acoustic and electric 5 string violin, viola
Rod Morgenstein - drums and percussion
T Lavitz - acoustic and electric piano, organ, synthesizer, clavinet, saxophone

[Obrigado = Thanks]