sexta-feira, 30 de abril de 2010

Steve Hillage - Fish Rising (1975)

O britânico Stephen Simpson Hillage ou como é mais conhecido Steve Hillage é um daqueles músicos que conta com uma extensa lista de participações em diversas bandas. Hillage foi integrante do "Uriel", "Egg", "Khan", "Decadence", "Gong" e atualmente integra a banda "System 7".

Enquanto ainda estava no Gong, Hillage paralelamente, entre os anos de 1974 e 1975, desenvolveu, gravou e lançou seu primeiro trabalho solo, o magnífico álbum "Fish Rising", que na minha insignificante opinião é o melhor álbum desse exemplar guitarrista. Com o sucesso dessa obra, Hillage que já não se sentia muito a vontade na posição de lider do Gong, decidiu-se por abandonar definitivamente o Gong e empenhar-se em sua carreira solo.

O álbum "Fish Rising" em especial a música "Solar Musick Suite" é uma verdadeira obra de arte, que não posso deixar de evidênciar. Repleta de movimentos, arranjos audaciosos, sutilezas sonoras e contando com um complexo emaranhado de estilos musicais, que tornam praticamente impossível, descrever ou mesmo classificar com absoluta justiça e fidelidade a complexidade, beleza e originalidade dessa incrível composição.

Em razão dessa dificuldade em descrever a sonoridade dessa obra, um fato curioso me ocorreu . Essa música foi exaustivamente executada na saudosa rádio Eldo Pop e fiquei por um bom tempo, como um louco, procurando descobrir sua autoria. Até que um dia, levei a gravação numa fita K7 a uma reunião de amigos que frequentavam um sebo de discos (A Bausack Discos). Foi nessa reunião que descobri que tratava-se de Steve Hillage.

Sendo assim, só me resta recorrer a analogia, para delinear ainda que palidamente a grandiosidade da "Solar Musick Suite". Particularmente, da audição da "Solar Musick Suite", noto alguma semelhança em determinadas passagens, com a sonoridade do Yes, do Focus, do Soft Machine, sem deixar de mencionar a inegável influência do próprio Gong que também se manifesta, porém, de forma contida, somente tornando-se mais perceptível ao longo das demais composições.

A elegância, a exuberância técnica e a criatividade das guitarras de Steve Hillage são um capítulo a parte. Nesse seu álbum inaugural, Hillage esbanja competência, técnica, criatividade e virtuosismo. Todo o álbum esta devidamente pontuado pelas explosivas, precisas, belas e inconfundíveis guitarras de Hillage. Seja com longos solos, seja com pequenos e rápidos fraseados, lá está Hillage conduzindo seu pacífico, porém demolidor, exército sonoro. Trata-se de um  daqueles raros álbuns solo, no qual seu protagonista, com implacável e inclemente ferocidade, esgota suas virtudes, sem no entanto, perder o rumo, a proposta e a alma do álbum, livrando-nos de uma eventual monotonia e  chatice.

Para quem ainda não conhece essa obra-prima do Steve Hillage, não perca tempo (voce esta atrasado apenas 35 anos). Outra coisa, embora tenha me alongado na "Solar Musick Suite", todas as demais composições são exemplares. Trata-se de um álbum perfeito do início ao fim, cabendo esclarecer que originalmente (LP) era dividido em duas suites distintas, INGLID/INVOLUTION (Lado A) e OUTGLID/EVOLUTION (Lado B).

Portanto atenção!
Não haverá perdão para quem vier a morrer, sem conhecer esse trabalho.

O INFERNO SERÁ SEU DESTINO!! 

Fish Rising (1975)

Músicas:
INGLID/INVOLUTION
01. Solar Musick Suite
      a) SunSong (I Love Its Holy Mystery)
      b) Canterbury Sunrise
      c) Hiram Afterglid Meets The Dervish
      d) SunSong (Reprise)
02. Fish
03. Meditation Of The Snake

OUTGLID/EVOLUTION
04. The Salmon Song
     a) Salmon Pool
     b) Solomon's Atlantis Salmon
     c) Swimming With The Salmon
     d) King Of The Fishes
05. Aftaglid
     a) SunMoon Surfing
     b) The Big Wave And The Boat Of Hermes
     c) The Silver Ladder
     d) Astral Meadows
     e) The Lafta Yogi Song
     f) Glidding
     g) The Golden Vibe/Outglid

Músicos:
Steve Hillage (Steve Hillfish) - lead vocals, electric guitar
Tim Blake (Moonweed) - synthesizers, tamboura
Lindsay Cooper - bassoon (fagote)
Mike Howlett - bass
Didier Malherbe (Bloomdido Glid de Breeze) - saxes, flutes
Pierre Moerlin - drums, marimba, darbuka
Miquette Giraudy (Bambaloni Yoni) - vocals, bells
Dave Stewart - organ, piano
Composed, Arranged, Lyrics by Steve Hillage, Lyrics by Miquette Giraudy

[Obrigado = Thanks]

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Al Di Meola - Elegant Gypsy (1977)

Dificilmente existe algum apreciador do Jazz Rock, que não conheça esse exímio e criativo guitarrista estado unidense. Meola após concluir seus estudos na renomada Berklee College of Music, ingressou em 1974, aos 19 anos de idade, na legendária banda "Return To Forever", fundada pelo tecladista Chick Corea, substituindo o guitarrista Bill Connors que participou do "Hymn of the Seventh Galaxy" (1973).
Enquanto permaneceu no "Return To Forever", Meola participou de três álbuns: "Where Have I Known You Before" (1974), "No Mystery" (1975) e "Romantic Warrior" (1976). Ainda no ano de 1976, após o término da turnê de divulgação do álbum "Romantic Warrior" e a assinatura de um contrato milionário com a gravadora CBS,  por questões pessoais (especula-se que o verdadeiro motivo fosse um possível divergência de natureza "filosófica e religiosa"), Chick Corea decide-se por reformular a banda, dispensando Al Di Meola e Lenny White.

Naquela ocasião, Meola estava concluindo as gravações de seu primeiro álbum solo, que contou com a paricipação de músicos de altíssima qualificação técnica e profissional, onde despontam nomes como: Anthony Jackson, Jaco Pastorius, Alphonse Mouzon, James Mingo Lewis, além de Chick Corea, Stanley Clarke e Lenny White. Dessa forma, ainda no ano de 1976, Meola lança seu primeiro álbum solo "Land Of The Midnight Sun".

Al Di Meola notabilizou-se pela criteriosa exploração de uma grande variedade de estilos, demonstrando, no entanto, uma maior influência e até mesmo, uma certa preferência pela música latina, em especial a música Flamenca. O seu segundo álbum, objeto dessa postagem, é um exemplo claro dessa preferência, que manteve-se inalterada em outros trabalhos como "Casino" (1978) e "Splendido Hotel" (1980).

Al Di Meola além de sua profícua carreira solo (sua discografia é gigantesca), sempre manteve-se interessado em desenvolver trabalhos paralelos com outros inúmeros músicos, a exemplo de John McLaughlin e Paco de Lucia, que resultou no memorável "Friday Night in San Francisco", álbum totalmente acústico, onde estes três exímios guitarristas, praticamente esgotam os limites conhecidos de seus instrumentos.
Enfim, "Elegant Gypsy" é um álbum exemplar, repleto de brilhantes momentos, que não deixam dúvida alguma acerca da competência técnica e criatividade desse exímio guitarrista de Jazz Rock.

Elegant Gypsy (1977)

Músicas:
01. Flight Over Rio (Mingo Lewis)
02. Midnight Tango
03. Mediterranean Sundance
04. Race With Devil on Spanish Highway
05. Lady of Rome, Sister of Brazil
06. Elegant Gypsy Suite

Músicos:
Al Di Meola: Electric guitars, Acoustic Guitars, Piano, Percussion
Paco de Lucía: Acoustic Guitar (3)
Anthony Jackson: Bass guitar
Jan Hammer: Keyboards, synthesizer (1, 6)
Mingo Lewis: Percussion, Keyboards, Synthesizer
Barry Miles: Piano, keyboards (2, 4)
Steve Gadd: Drums (1, 6)
Lenny White: Drums (2, 4)

[Obrigado = Thanks] 

domingo, 18 de abril de 2010

Nektar - Recycled (1975)

A banda formada em 1968 na Alemanha, na cidade de Hamburgo, embora formada por músicos ingleses, ficou irremediavelmente conhecida como uma banda germânica. Desenvolvendo inicialmente uma sonoridade mais psicodélica, gradualmente foi incorporando e mesclando alguma influência e assumindo características sonoras mais próxima ao progressivo.

Sou altamente suspeito para tecer qualquer comentário sobre essa banda, pois certamente serei tendencioso, enaltecendo exacerbadamente as qualidades técnicas, musicais e profissionais de seus integrantes. Conheci o Nektar através da inesquecível rádio Eldo Pop e durante muito tempo, "viajava" naquele som, sem saber que se tratava do Nektar. Até hoje, quando ouço qualquer um dos álbuns anteriores ao ano 1977, faço uma rápida viagem ao meu passado, recordando-me de eventos pessoais (imagens), que por razões que desconheço, fundiram-se de forma indissociável à alguns trechos das músicas do Nektar.

Nektar conta com uma respeitosa e representativa discografia de estúdio que incluem os álbuns: "Journey to the Centre of the Eye" (1971), "A Tab in the Ocean" (1972),  "Sounds Like This" (1973), "Remember the Future" (1973), "Down to Earth" (1974), "Recycled" (1975),  "Magic is a Child" (1977) e "Man in the Moon" (1980), dentre outros trabalhos ao vivo e outros lançados depois de um longo período de inatividade posteriores ao ano de 2000. Pessoalmente sou um admirador do trabalho do Nektar somente até o álbum da presente postagem, classificando-os como excelentes álbuns.

Já quanto o álbum "Magic is a Child", embora o possua em vinil, nunca foi um trabalho que tenha me impressionado, sendo, no meu entender, um trabalho apenas parcialmente aproveitável, valendo a pena empreender uma busca pela web, pelos seus 50% de material de boa qualidade e que fizeram parte da programação do saudosa Eldo Pop.
Se o caro visitante desejar "baixar" mais material do Nektar, visite o excelente blog Hofmann&Stoll. O parceiro e amigo Fautodevil divulgou os álbuns: "Journey to the Centre of the Eye", "A Tab in the Ocean", "Sounds Like This" e "Remember the Future". Além do material mencionado, o visitante terá acesso a uma  boa resenha com muito mais informações sobre a banda. Não deixe de visitá-lo!


Recycled (1975)

Músicas:
01. Recycle
02. Cybernetic Consumption
03. Recycle Countdown
04. Automaton Horrorscope
05. Recycling
06. Flight to Reality
07. Unendless Imaginations
08. São Paulo Sunrise
09. Costa Del Sol
10. Marvellous Moses
11. It's All Over

Músicos:
Roye Albrighton: lead vocals, guitars
Alan "Taff" Freeman: keyboards, backing vocals
Ron Howden: drums, percussion
Derek "Mo" Moore: bass, backing vocals
Mick Brockett: visual environment
The English Chorale
Larry Fast: todos os arranjos orquestrais de moog

[Obrigado = Thanks]

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Larry Fast - Synergy - Sequencer (1976)

Este é o segundo trabalho desenvolvido por Larry Fast. Embora seja uma obra muito menos influenciada pelo progressivo, Fast claramente delineia com exemplar habilidade o perfil do seu projeto, trilhando e conduzindo as composições pelos caminhos do eletrônico, sem no entanto, abandonar por completo sua estreita relação com a música erudita.

Trata-se de mais uma obra fundamental e imperdível e que de certa forma, complementa a postagem anterior relativa ao brilhante "Electronic Realizations For Rock Orchestra".

Sequencer (1976)

01. S-Scape
02. Chateau
03. Cybersports
04. Classical Gas
05. Paradox:
     a) Largo-New World Symphony
     b) Icarus
06. Sequence 14

[Obrigado = Thanks]

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Rio de Janeiro em Luto

Em razão dos lastimáveis, tristes e dolorosos, incidentes que se abateram sobre a cidade do Rio de Janeiro, senti-me absolutamente incapacitado de postar qualquer novo material. A inquestionável previsibilidade dos eventos, torna imperiosa a necessidade de manifestar minha profunda indignação e revolta.

Ao longo desses mais de 70 anos, nossos administradores Municipais e Estaduais, impelidos por interesses inconfessáveis e eleitoreiros, simplesmente fecharam seus olhos e cruzaram seus braços a uma série de problemas infra-estruturais inerentes aos grandes centros urbanos e inquestionavelmente agravados pela topografia do Rio de Janeiro. Ao longo desses anos, os problemas  avolumaram-se, assumindo dimensões alarmantes e de soluções infinitamente mais complexas e onerosas, por conta da abjeta inércia da administrativa pública que ainda perdura.

Infelizmente, ao custo de centenas de vidas, um desses problemas “emergiu” com fúria indomável e inclemente. Não me refiro aqui ao desproporcional fenômeno climático que se abateu sobre o Rio de Janeiro desde 05/04/2010, soterrando centenas de vidas, extinguindo sonhos e dilacerando famílias. Esse evento climático, por sua própria natureza é natural, previsível e inelutável, não podendo ou cabendo aos administradores públicos, o direito de subestimarem sua inexorável existência e força. Refiro-me especificamente ao problema da  desordenada e não criteriosa fiscalização na ocupação do solo urbano.

Vergonhosamente assisti alguns homens públicos, singelamente tentarem esconder a contumaz omissão e descaso das administrações públicas (passadas e atuais), escudando-se na implacável força e dimensão das chuvas, na pueril expectativa de atenuarem suas intransferíveis responsabilidades.

Lastimavelmente também pude constatar, que nos momentos de crise, uma grande parcela de “nossos representantes”, limitou-se a apontar seus dedos imundos uns contra os outros. Alguns chegaram ao atrevimento e a desfaçatez de insinuarem, que a responsabilidade pela tragédia, caberia exclusivamente, ou em grande parte, as próprias vítimas que optaram, voluntariamente pela ocupação de áreas de encostas, notoriamente inadequadas à construção de habitações. Outros, ainda com maior atrevimento, desfaçatez e irresponsabilidade moral, alegaram desconhecer das áreas de risco e utilizando-se de uma analogia frágil, quase demencial (possivelmente por ainda encontrar-se sob efeito de substâncias tóxicas), comparava a tragédia do "Bumba" a forças da natureza como os terremotos, tsunamis e outras sandices, na vã expectativa de eximir-se de suas responsabilidades.

Dessa extenuante, lamentável, medíocre e intolerável representação dramática, promovida pelos homens públicos, com base num passado não muito recente, concluo que muito pouco será efetivamente realizado. Não guardo qualquer esperança de ver implantada uma política séria de longo prazo, destinada a uma melhor e racional ocupação do solo urbano, acompanhada de todas as obras infra-estruturais (principalmente transporte público barato e de qualidade) fundamentais ao sucesso dessa empreitada. Bastará que os veículos de comunicação encerrem o "problema" com a divulgação do número oficial de óbitos, para que "todo" o ocorrido, seja então "esquecido" ou definitivamente "enterrado" até que outra tragédia venha a abater-se sobre nossa cidade.  

Aqueles que conhecem o Rio de Janeiro, ainda que parcialmente, sabem que sua topografia basicamente resume-se em pequenas faixas de terra cercadas por morros, rios, lagoas e mares (caso da zona sul). Com uma configuração geográfica como esta, o elevado valor imobiliário do solo aproveitável e o ineficiente, sofrível e caro transporte coletivo, resta ao cidadão economicamente menos favorecido, apenas uma alternativa, que é a ocupação das perigosas áreas de encosta próximas aos centros urbanos, onde se centralizam os empregos e os parcos,  precários e ineficientes serviços públicos básicos (hospitais, escolas e etc.). Não reconhecer, acatar e compreender essa realidade é tão absurdo e intolerável quanto acreditar no geocentrismo.

Não irei aqui negar que o catastrófico volume pluviométrico foi um dos fatores que muito contribuiu para o caos que se instalou por todo o Rio de Janeiro, agravado por uma considerável parcela da população, que não colabora com o serviço de limpeza pública, no momento do descarte de seu lixo.  Mas também não há como negar, que muitas obras de manutenção e conservação simplesmente foram “esquecidas”, postergadas ou mal realizadas, conspirando contra toda a população do Rio de Janeiro. Se até os cidadãos comuns, Cariocas e Fluminenses, sabem que ao término do verão, invariavelmente a cidade é alvo de intensas chuvas e com elas ocorrem as já esperadas enchentes e deslizamentos, como justificar a notória apatia de nossas “doutas autoridades”?

A catástrofe do morro do “Bumba” é o exemplo mais evidente da criminosa inoperância e apatia que se apoderou de boa parte da administração pública do Rio de Janeiro, ao longo desses anos.

De nada adianta, agora buscar, quem por ação ou omissão, criminosamente permitiu que a população se instalasse sobre um lixão, muito menos tentar localizar quem foi o responsável pela instalação do lixão na encosta ou argumentar se foram ou não realizadas obras de urbanização numa área imprestável a sua ocupação. Essa linha de conduta não passa de uma débil tentativa de encobrir a responsabilidade pública, conferindo um “rosto” (privado) ao verdadeiro criminoso, que em última instância, sempre foi e sempre será, o Poder Público, que tem a obrigação e o dever legal de zelar pela integridade física e bem estar daqueles que o mantém, com seus impostos, seus votos, seu trabalho e até então, com inesgotável condescendência.

Para finalizar, embora, ainda falte muito a ser abordado, principalmente no que se refere à indiferença, ausência de compromisso e energia moral,  inatividade, desinteresse,  indolência, dentre muitas outras desqualificações, restou, desse triste e lamentável evento, uma única questão digna de valor a ser evidenciada. Refiro-me a exemplar, corajosa, disciplinada e incansável atuação da digníssima corporação dos Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, dos médicos, dos Agentes da Defesa Civil, dos Policiais Militares e dos inúmeros e anônimos cidadãos do Rio de Janeiro, que com verdadeiro espírito de solidariedade e cingidos pelo mais puro e profundo amor ao próximo e humanismo, dedicaram-se à prática de atos verdadeiramente heróicos, comoventes e abnegados, visando atender, da melhor forma possível, à urgência que exigia a situação.

Parabéns! Bravos profissionais e cidadãos anônimos do Rio de Janeiro, vocês representam o que há de melhor no povo brasileiro.

domingo, 4 de abril de 2010

Mandalaband - Mandalaband (1975)

Mandalaband é um projeto do músico, compositor e produtor David Rohl. David Rohl, é também um renomado e respeitado egiptologista, diretor do Instituto para Estudos Interdisciplinares de Ciências Egípcias e editor do "Journal of the Ancient Chronology Forum". Dentre suas principais realizações acadêmicas esta o re-exame da cronologia dos Faraós compreendidos entre a 19ª à 25ª Dinastias e a possível localização física para o Jardim do Éden (mencionado no Antigo Testamento - Genesis), no Azerbaijão.

Este álbum, a julgar pela belíssima arte da capa (fotografada e concebida por Trevor Key, com base na mandala pintada por David e Gilly Rohl), retrata as agruras e a resistência do povo Tibetano à inclemente anexação de seu território como província chinesa iniciada no século XVII e a subseqüente ocupação do país ocorrida em 1950 pela República Popular da China.

Um fato curioso acerca desta obra, merece ser mencionado. O concerto de estréia ao vivo realizou-se em janeiro de 1975 e foi seguido por uma turnê ao Reino Unido em fevereiro desse ano, em apoio a turnê do guitarrista Robin Trower. Por razões não esclarecidas, Rohl foi impedido de produziu o álbum de estréia, tendo a Chrysalis optado por John Alcock. Conseqüentemente Rohl afastou-se da banda e do álbum de estréia "Mandalaband", que foi terminado sem ele. No entanto, Rohl foi convidado pela própria Chrysalis a realizar a re-mixagem das fitas originais. Segundo afirmam "pessoas envolvidas na produção", o produto final não conseguiu atingir plenamente a abrangência épica da versão original do Rohl.

A mais bela composição deste álbum é sem dúvida alguma a magistral "Om Mani Padme Hum". Esta composição, conduz o ouvinte a uma jornada transcendental, através do progressivo, com algumas breves passagens pelo Jazz Rock, onde o exemplar e requintado conjunto do coral, teclados, guitarra, bateria e percussão cumprem com louvor e habilidade, a árdua  tarefa de delinear e colorir "imagens sonoras", repletas de momentos épicos, líricos e grandiosos. Ao que parece, segundo minhas pesquisas, a letra dessa magistral obra é cantada em tibetano e tem por base o hino nacional do Tibete.

"Om Mani Padme Hum" é um mantra que tem sua origem na Índia e de lá foi para o Tibet. Os tibetanos não conseguiram entoá-lo da mesma forma, mudando sua pronuncia para: "OM MANI PEME HUNG" sendo este o mantra mais utilizado pelos budistas tibetanos. Segundo a "mitologia religiosa", Avalokitesvara alcançou tão elevado grau de espiritualidade, que na ocasião em que estava para partir à planos ainda mais elevados e distantes da terra, ouviu um gemido que vinha do inconsciente coletivo da humanidade. Era o lamento por sua partida. Seu coração encheu-se de compaixão e Avalokitesvara prometeu ficar neste planeta trabalhando e servindo para evolução da humanidade. Ao recitarmos o Mani Mantra, estamos penetrando na mesma roda metafísica que os Mestres Ascensos e não Ascensos estão constantemente empurrando - a Roda da Evolução Espiritual da humanidade.

Mandalaband (1975)

Faixas:
1. Om Mani Padme Hum
a) Movement One
b) Movement Two
c) Movement Three
d) Movement Four
2. Determination
3. Song For A King
4. Roof Of The World
5. Looking In

Músicos:
David Rohl: compositor
David Durant: vocal
Ashley Mulford: guitarra e violão
John Stimpson: baixo e violão de 12 cordas
Tony Cresswell: bateria, timpano e tubular bells
Vic Emerson: piano, Moog, Clavinet, Fender Rhodes, Glockenspiel e arranjador
The London Chorale

[Obrigado = Thanks]

sábado, 3 de abril de 2010

Michael Quatro - In Collaboration With The Gods (1975)

Este álbum do Michael Quatro, estava na minha lista de divulgação desde a inauguração deste blog, mas por absoluta insuficiência de maiores informações sobre o músico e sua obra, fui obrigado a postergar ao máximo sua divulgação. Agora, vencido pela pouquíssima informação disponível, decidi divulgar a obra sem fornecer qualquer informação realmente relevente. O nome Michael "Quatro" talvez pareça familiar, lembrando-nos imediatamente da compositora, cantora, tecladista e baixista "Suzi Quatro" que é sua irmã.

Depois de pesquisar pela rede, descobri que o álbum da presente postagem é o seu terceiro trabalho. Os dois primeiros são: "Paintings" (1972) e "Look Deep In The Mirror" (1973) (ambos contam com a presença de Ted Nugent nas guitarras). Depois desses vieram muitos outros, mas não posso fornecer maiores informações acerca desses álbuns, uma vez que não conheço nenhum deles e acredito que somente o álbum "In Collaboration With The Gods" tenha sido lançado no Brasil.
 

O "In Collaboration With The Gods", embora muito pouco divulgado é uma daquelas obras que não pode faltar no acervo dos apreciadores do progressivo. A composição que dá título ao álbum, que originalmente compreendia todo o lado "A" do LP, é sem dúvida o ponto alto de todo o álbum. Trata-se de um típico progressivo sinfônico de meados da decada de 70, com uma pitada, aquí e alí, de hard rock. Embora sem muitas surpresas é um trabalho muito bem estruturado e arranjado, repleto de excelentes passagens de teclados, guitarras e feitos sonoros. 

Trata-se de um álbum capaz de agradar com facilidade a grande maioria dos apreciadores do gênero e se o caro visitante não conhece, vale a pena ouvir e conhecer mais profundamente este álbum.

 In Collaboration With The Gods (1975)

Músicas:
1. "In Collaboration WIth the Gods"
a) "Theme" (4:07)
b) "Interlude of Ra"
c) "Plutus Lament"
d) "Loki's Gloria" (4:18)
e) "Interlude of Ares"
f)  "Amusement Of Bacchus" (1:26)
g) "Illusion Of Circe"
h) "A Letter to Venus" (2:02)
i)  "Mercury's 20 Seconds"
j)  "Neptunes' Nicromea" (3:03)
k) "Deity's Ditty"
l)  "Messengers From Mars"
m)"Waltz of the Gods" (4:14)
n) "Thor's Salute"
2. "Get Away"
3. "Rockmanninoff's Prelude in C Blunt Funk"
4. "Ave Maria Rock"
5. "Prelude in Ab Crazy II"
6. "Sweet Lovin' "

Músicos:
Michael Quatro:
Baldwin piano, Gretsch Electro piano, Tack piano, Sonic Six, Univox Phaser, Univox Stringman, EC-80 Echo, Elka piano, Hammond, Mini-Moog, Univox Mini-Korg, Electroharmonix boxes, Mellotron, Wah-Wah pedals, Syntha-pedal, Nova Bass, horns, pipe organ, ring modulation, Maestro Theramin sounds effects, eletronic effects.
Teddy Hale: Guitarra
Rick Derringer: Guitarra em "Prelude in Ab Crazy II"
Dave Kiswiney: Baixo e vocal
Kirk (Arthur) Trachsel: Bateria
Flo & Eddie: Special voices

[Obrigado = Thanks]