Esse é o terceiro álbum dessa genial banda alemã, que possui uma consistente discografia composta por: (1972) 'Together', (1973) 'Here We Are', (1974) 'Jane III', (1975) 'Lady', (1976) 'live at home', (1976) 'Fire, water, earth & air', (1977) 'Between Heaven And Hell', (1978) 'Age of Madness', (1979) 'Sign No. 9', (2002) 'Genuine', (2009) 'Traces'.
Infelizmente só possuo o 1º e o 3º álbuns, desconhecendo completamente os demais trabalhos, cheguei a escutar (na casa de amigos) alguns poucos trabalhos, mas isso foi no tempo em que as aves tinham dentes e naquela época, somente me interessei pelos dois álbuns anteriormente citados. Tal fato, me desqualifica para tecer qualquer comentário relevante acerca dessa banda, pois se o fizesse, certamente seriam comentários desprovidos de conteúdo, tendenciosos e por tal razão imprestáveis.
Por reconhecer minha imperdoável ignorância e limitação, convidei o grande amigo Roderick Verden, que tive o privilégio de conhecer aqui nesse mukifu, para realizar uma resenha mais consistente. Roderick, não se furtou em compartilhar conosco de seus conhecimentos e elegantemente aceitou o convite, generosamente escrevendo:
"E a banda Jane grava seu terceiro álbum,"Jane III". Um trabalho bem mais hard rock que os anteriores, tanto que não há tecladista, o único teclado que escutamos é um piano tocado pelo guitarrista Wolfgang Krautz. As guitarras predominam.
O baixista Charly Maucher, que participou do "Together", volta à banda, e desta vez é o lead vocalista. Muito apreciado pelos fans da banda, "Jane III", a meu ver, mesmo sendo um bom e diferente trabalho, não é dos melhores álbuns gravados pelo grupo.
As duas primeiras faixas foram muito executadas na Rádio Cultura, de BH. E a segunda, "Mother, You don't know" é minha preferida, com um riff bem pesado de guitarra (parecido com "When You're In", do Pink Floyd).
A capa é belíssima, sendo que a mulher da foto parece com a atriz terrorífica, Ingrid Pitt. Tenho o vinil nacional, comprado em 1976, quando eu possuia, no máximo, uns 50 lps.
O Jane é um grupo bem peculiar. Além das mudanças constantes na formação, ocorreu igualmente mudanças no seu som. Enquanto no primeiro disco (Together) não havia música instrumental, no segundo gravaram três, sendo que uma delas é a faixa de abertura.
No primeiro, eles tinham um vocalista, que só ficava por conta de segurar um microfone (rs), no segundo, o vocal é feito pelo baterista. Tal álbum contém talvez a melhor música do grupo: "Out on the Rain", é o que costumo chamar de balada progressiva, com refrão contagiante, um mellotron que dá um clima viajante e um belíssimo solo de guitarra. Em duas das faixas instrumentais, escutamos vozes femininas. Não é um disco tão ousado como o "Together", de músicas mais curtas e de pouco tempo de audição (no máximo 33 minutos), mas é um belo disco.
No disco seguinte, "Lady", voltam a ter tecladista, e é esse que faz o vocal (a meu ver, o pior cantor que já passou pelo Jane). Na parte das teclas, o orgão continua predominando, mas escutamos piano elétrico (o Jane nunca foi muito de usar piano) em duas faixas, há a presença de sintetizador tb. As músicas são um pouco mais curtas e simples.
Em 1976, Jane gravou um álbum duplo ao vivo, cuja grande novidade (coisa rara em discos ao vivo) é que metade dele é composto de faixas inéditas. Nas músicas conhecidas, não há nada demais, já que o Jane não é muito de improvisar, mas as inéditas são ótimas, uma delas é uma suite que ocupa um lado todo do LP. Uma das características do rock alemão, é que quase sempre é formado de bandas loucas, o Jane não o é, sua música não é bem humorada.
Já o "Fire, Water...", na minha execrável opinião, é o mais progressivo de todos, tipo Space Rock, com muito sintetizador. Desta vez, o guitarrista assume os vocais. Em 1977 lançaram o ótimo "Between Heaven and Hell". Neste álbum, pela primeira vez o Jane nos apresenta uma suite, que ocupa todo um lado do LP, uma música experimental e soturna, com aquele toque hard-prog da banda. Mas, minha preferida é "Twilight". Se alguém pedisse que eu indicasse uma música que revela bem como é o estilo do Jane, indicaria a citada faixa: hard rock progressivo, com belas variações...
Daí em diante, o grupo continua a nos surpreender, no "Age of Madness", o ecletismo chega a tal ponto, que nem parece ser um disco de uma banda só, parece aqueles discos com uns 5 conjuntos. Há quem não goste desse álbum, eu adoro!
Dos anos 80, só conheço bem dois álbuns. O de 1980 é bem querido pelo público, mas tem as características de certos discos oitentistas: músicas mais simples e comercias, com solos curtos, embora ainda haja melodias sofisticadas, e, pela segunda vez, ingressa no Jane, um cantor segurador de microfone (rs), que faleceu pouco tempo depois da gravação do disco. O trabalho de 1982, é bem curioso tb, pois o grupo se tornou um trio. O baixista/vocalista, que participou do "Jane III", volta, e o som é bem pesado, porém com músicas mais curtas e solos idem- sem teclados.
Tenho dificuldade em escolher um disco melhor do Jane. Talvez seria o "Fire, Water, Earth & Air" (pena que o meu cd é mal gravado-som muito baixo). O "Together" é um dos melhores, um típico disco setentista prog/hard, estilo seguido pelo Jane.
Um disco bem subestimado do grupo, é o "Sign No 9". Não fiz fé quando percebi que o Jane estava sem tecladista, mas o grande Klaus Hess saiu-se bem nos teclados. Adoro tal disco.
Pelo grupo passaram muitos bons músicos; os teclados sempre foram importantes no som da banda; o saudoso baterista Peter Panka não pode ser ignorado, mas "Jane" sem Klaus Hess não é Jane. Penso que se não fosse ele, o grupo não decolava. O homem carregou o "Jane" nas costas.
Um detalhe interessante. O "Jane" foi especialista em nos apresentar cantores, digamos, não tão bons assim...rs. A parte vocal nunca foi grandes coisas, eu penso. Na minha humilde opinião, seu vocalista de voz mais agradável, foi o discreto baixista Martin Hesse".
Infelizmente só possuo o 1º e o 3º álbuns, desconhecendo completamente os demais trabalhos, cheguei a escutar (na casa de amigos) alguns poucos trabalhos, mas isso foi no tempo em que as aves tinham dentes e naquela época, somente me interessei pelos dois álbuns anteriormente citados. Tal fato, me desqualifica para tecer qualquer comentário relevante acerca dessa banda, pois se o fizesse, certamente seriam comentários desprovidos de conteúdo, tendenciosos e por tal razão imprestáveis.
Por reconhecer minha imperdoável ignorância e limitação, convidei o grande amigo Roderick Verden, que tive o privilégio de conhecer aqui nesse mukifu, para realizar uma resenha mais consistente. Roderick, não se furtou em compartilhar conosco de seus conhecimentos e elegantemente aceitou o convite, generosamente escrevendo:
"E a banda Jane grava seu terceiro álbum,"Jane III". Um trabalho bem mais hard rock que os anteriores, tanto que não há tecladista, o único teclado que escutamos é um piano tocado pelo guitarrista Wolfgang Krautz. As guitarras predominam.
O baixista Charly Maucher, que participou do "Together", volta à banda, e desta vez é o lead vocalista. Muito apreciado pelos fans da banda, "Jane III", a meu ver, mesmo sendo um bom e diferente trabalho, não é dos melhores álbuns gravados pelo grupo.
As duas primeiras faixas foram muito executadas na Rádio Cultura, de BH. E a segunda, "Mother, You don't know" é minha preferida, com um riff bem pesado de guitarra (parecido com "When You're In", do Pink Floyd).
A capa é belíssima, sendo que a mulher da foto parece com a atriz terrorífica, Ingrid Pitt. Tenho o vinil nacional, comprado em 1976, quando eu possuia, no máximo, uns 50 lps.
O Jane é um grupo bem peculiar. Além das mudanças constantes na formação, ocorreu igualmente mudanças no seu som. Enquanto no primeiro disco (Together) não havia música instrumental, no segundo gravaram três, sendo que uma delas é a faixa de abertura.
No primeiro, eles tinham um vocalista, que só ficava por conta de segurar um microfone (rs), no segundo, o vocal é feito pelo baterista. Tal álbum contém talvez a melhor música do grupo: "Out on the Rain", é o que costumo chamar de balada progressiva, com refrão contagiante, um mellotron que dá um clima viajante e um belíssimo solo de guitarra. Em duas das faixas instrumentais, escutamos vozes femininas. Não é um disco tão ousado como o "Together", de músicas mais curtas e de pouco tempo de audição (no máximo 33 minutos), mas é um belo disco.
No disco seguinte, "Lady", voltam a ter tecladista, e é esse que faz o vocal (a meu ver, o pior cantor que já passou pelo Jane). Na parte das teclas, o orgão continua predominando, mas escutamos piano elétrico (o Jane nunca foi muito de usar piano) em duas faixas, há a presença de sintetizador tb. As músicas são um pouco mais curtas e simples.
Em 1976, Jane gravou um álbum duplo ao vivo, cuja grande novidade (coisa rara em discos ao vivo) é que metade dele é composto de faixas inéditas. Nas músicas conhecidas, não há nada demais, já que o Jane não é muito de improvisar, mas as inéditas são ótimas, uma delas é uma suite que ocupa um lado todo do LP. Uma das características do rock alemão, é que quase sempre é formado de bandas loucas, o Jane não o é, sua música não é bem humorada.
Já o "Fire, Water...", na minha execrável opinião, é o mais progressivo de todos, tipo Space Rock, com muito sintetizador. Desta vez, o guitarrista assume os vocais. Em 1977 lançaram o ótimo "Between Heaven and Hell". Neste álbum, pela primeira vez o Jane nos apresenta uma suite, que ocupa todo um lado do LP, uma música experimental e soturna, com aquele toque hard-prog da banda. Mas, minha preferida é "Twilight". Se alguém pedisse que eu indicasse uma música que revela bem como é o estilo do Jane, indicaria a citada faixa: hard rock progressivo, com belas variações...
Daí em diante, o grupo continua a nos surpreender, no "Age of Madness", o ecletismo chega a tal ponto, que nem parece ser um disco de uma banda só, parece aqueles discos com uns 5 conjuntos. Há quem não goste desse álbum, eu adoro!
Dos anos 80, só conheço bem dois álbuns. O de 1980 é bem querido pelo público, mas tem as características de certos discos oitentistas: músicas mais simples e comercias, com solos curtos, embora ainda haja melodias sofisticadas, e, pela segunda vez, ingressa no Jane, um cantor segurador de microfone (rs), que faleceu pouco tempo depois da gravação do disco. O trabalho de 1982, é bem curioso tb, pois o grupo se tornou um trio. O baixista/vocalista, que participou do "Jane III", volta, e o som é bem pesado, porém com músicas mais curtas e solos idem- sem teclados.
Tenho dificuldade em escolher um disco melhor do Jane. Talvez seria o "Fire, Water, Earth & Air" (pena que o meu cd é mal gravado-som muito baixo). O "Together" é um dos melhores, um típico disco setentista prog/hard, estilo seguido pelo Jane.
Um disco bem subestimado do grupo, é o "Sign No 9". Não fiz fé quando percebi que o Jane estava sem tecladista, mas o grande Klaus Hess saiu-se bem nos teclados. Adoro tal disco.
Pelo grupo passaram muitos bons músicos; os teclados sempre foram importantes no som da banda; o saudoso baterista Peter Panka não pode ser ignorado, mas "Jane" sem Klaus Hess não é Jane. Penso que se não fosse ele, o grupo não decolava. O homem carregou o "Jane" nas costas.
Um detalhe interessante. O "Jane" foi especialista em nos apresentar cantores, digamos, não tão bons assim...rs. A parte vocal nunca foi grandes coisas, eu penso. Na minha humilde opinião, seu vocalista de voz mais agradável, foi o discreto baixista Martin Hesse".
Muito obrigado caríssimo amigo Roderick Verden! Não tenho palavras para agradecer-lhe pela sua generosa contribuição, que com certeza em muito enriquece o conteúdo desse insignificante mukifu. Foi uma honra poder contar com sua generosa participação, além de poder desfrutar de seus valiosos conhecimentos.
Mais uma vez obrigado! Salvas-te essa postagem, pois sem a sua colaboração, o material permaneceria indefinidamente no servidor hospedeiro, pois como mencionei na abertura da postagem, não possuo o seu vasto conhecimento, necessário a elaboração dessa primorosa resenha.
Jane III (1974)
Músicas:
01. Comin' Again
02. Mother, You Don't Know Me
03. I Need You
04. Way To Paradise
05. Early In The Morning
06. Jane-Session
07. Rock'N'Roll Star
08. King Of Thule
09. Baby, What You're Doin'
Músicos:
Klaus Hess: Guitarras
Wolfgang Krantz: Guitarras, Piano
Charly Maucher: Baixo, Vocal
Peter Panka: Bateria, Percussão, Vocal
[Obrigado = Thanks]