sábado, 12 de junho de 2010

Paris - Paris (1976)

Definitivamente o ano de 1976 não foi um ano de nobre safra para o progressivo, assim como, também não foi um excelente ano para o hard rock. Pouca coisa de significativo valor e relevância musical foi lançada naquele ano. Como mera referência, citarei apenas alguns dos mais significativos trabalhos lançados naquele ano (na minha opinião):
Rainbow 'Rising', Budgie 'If I Were Brittania I'd Waive the Rules', Aerosmith 'Rocks', Wishbone Ash 'New England', Uriah Heep 'High and Mighty', Starcastle "Starcastle',  Robin Trower 'Live' e 'Long Misty Days', Kansas 'Leftoverture', Led Zeppelin 'The Song Remains the Same', Scorpions 'Virgin Killer', Black Sabbath 'Technical Ecstasy', Rush 'All the World's a Stage', Brand X 'Peter & Wolf'' e mais alguns outros que deixo de consignar de modo a não tornar a leitura mais maçante do que já é.

A lista, embora incompleta, não chega a ser gigantesca (principalmente para os dias de hoje, com MP3 e internet), mas para quem, naquela época, desejava adquirir todos esses lançamentos em vinil era praticamente impossível (impagável) adquirir a maioria os bons lançamentos (do catálogo nacional) daquele ano. Isso implicava muitas vezes, em deparar-se com uma banda desconhecida e ver-se obrigado a postergar sua aquisição para "mais tarde", privilegiando a aquisição de outro álbum mais interessante. O tempo passava e por fim acontecia a mais perversa das situações. Aquela obra deixada para ser adquirida "mais tarde", acabava sendo retirada do catálogo, em razão da pouca vendagem e ficávamos então sem o LP.

A banda "Paris" foi um clássico exemplo do acima relatado, tornando-se vítima, da cruel decisão de deixar para "mais tarde" a sua aquisição, implicando, em decorrência, na sua prematura retirada do catálogo nacional. O resultado foi que quase ninguém comprou, quase ninguém conhece e poucos são aqueles que tiveram a chance de "mais tarde", depararem-se com uma cópia usada. Felizmente esse foi o meu caso e lá pelo ano de 1978, consegui minha cópia nacional.

A banda começou mal, logo na escolha do "romântico" nome. Particularmente, considero o nome "Paris" o nome mais estúpido, idiota e ignóbil que já conheci. Especialmente, considerando-se a natureza musical da banda, totalmente voltada para o hard rock. É um nome que ofende o sentido estético e lógico. Seria algo como se o "Rainbow" (outro nome idiota, parece nome de banda infantil) fosse "Lollypop", ou seja, "Pirulito"! Não pode funcionar! É uma aberração.

Em fim, essa banda foi formada por iniciativa do guitarrista Robert Welch (ex-Fleetwood Mac) em parceria com o competente baixista Glenn Cornick (ex-Jethro Tull) e o excelente baterista Thom Mooney (que tocou no 'The Nazz' com Todd Rundgren). Com essa formação lançaram o primeiro álbum do "Paris", objeto dessa postagem. O segundo álbum do "Paris" 'Big Towne, 2061', já conta com outro baterista Hunt Sales. Infelizmente não me recordo da sonoridade desse segundo álbum, (também isso já faz mais de 30 anos e eu  nessa época ainda tinha todos os meus dentes), mas pelo que lembro, não guarda uma estreita relação sonora com o primeiro álbum, não chegando a me interessar (pelo menos naquela época).

O "Paris", na minha concepção, cometeu o seu segundo maior equivoco, ao tentar desenvolver um hard rock, baseado na estrutura musical de um ícone do porte do "Led Zeppelin". Esse verdadeiro despautério, essa incomensurável arrogância, essa incontestável e indissimulável heresia teve seu doloroso e cruel preço, cobrado com absoluto rigor por parte do público consumidor. Pior que isso, só "pegando" dinheiro emprestado com "Jacoh" ou com seu primo "Isac", dois agiotas, com comércio estabelecido na esquina, próximo daqui de casa. Resumindo, venderam suas almas e se danaram.

Seja como for, ainda assim é um hard rock bem interessante e de excelente qualidade, com muitas composições empolgantes e até que bem arranjadas e executadas. Não espere ouvir grandiosos e memoráveis solos, Bob Welch não é Jimmy Page, embora, em alguns momentos tente se fazer passar por Robert Plant. No entanto, mesmo com toda essa lista de considerações um tanto quanto depreciativas, vale a pena conhecer, por tratar-se de um bom hard rock. Principalmente pelas faixas, 'Black Book', 'Religion', 'Beautiful Youth', 'Nazarene', 'Narrow Gate', 'Solitaire' e 'Breathless'.

Cabe ainda ressaltar que pelo menos 4 músicas desse álbum, foram incorporadas a programação da saudosa e inesquecível rádio Eldo Pop

Paris (1976)

Músicas:
01. BLACK BOOK
02. RELIGION
03. STARCAGE
04. BEAUTIFUL YOUTH
05. NAZARENE
06. NARROW GATE (LA PORTE ETROITE)
07. SOLITAIRE
08. BREATHLESS
09. ROCK OF AGES
10. RED RAIN

Músicos:
GLENN CORNICK: baixo, teclados
THOM MOONEY: bateria
ROBERT WELCH: guitarra, vocal

[Obrigado = Thanks]

Observação:
Depois de já haver remetido o arquivo para o servidor hospedeiro, detectei que existe um equívoco no título da 4ª faixa, onde lê-se 'Beautiful Cage', corrija-se para 'Beautiful Youth". Desculpem-me a falha.