terça-feira, 21 de junho de 2011

Jimi Hendrix - Rainbow Bridge (1971) [Original Motion Picture Sound Track]

"Rainbow Bridge" é outro álbum póstumo de Hendrix injustamente "esquecido". Outros álbuns póstumos foram lançados com o mesmo título, mas esse, originalmente lançado em 1971 pertence a trilha sonora do filme homônimo. Nele estão incluídas várias faixas que em tese seriam destinadas ao projeto de lançamento do quarto disco de estúdio de Hendrix, 'First Rays of the New Rising Sun'.

Esse álbum é outro álbum "meio maldito", quase ninguém se interessou em comprar e até hoje, poucos são aqueles que o conhecem. Até onde sei, esse álbum não chegou nem a ser lançado em formato digital (CD). A versão que tenho o prazer de divulgar aqui no Mukifu é um Vinil Rip, tomando como base, uma imaculada cópia nacional, lançada em 1974 pela Continental, comprada na época, na "Billboard" no Rio de Janeiro. 

Todo o álbum é composto por verdadeiras pérolas, tanto as faixas de estúdio: "Dolly Dagger" (01/07/1970), "Earth Blues" (20/01/1970), "Room Full of Mirrors" (17/11/1969), "Pali Gap" (01/07/1970), "Hey Baby" (01/07/1970), "Star Spangled Banner" (Hino Nacional dos E.U.A) gravado em 08/03/1969, "Look Over Yonder" (22/10/1968), como a fantástica e explosiva versão ao vivo de 'Hear My Train A Comin', gravada em 30/05/1970 em um concerto no Centro Comunitário de Berkeley, na Califórnia. Essa faixa, na minha opinião, captura Hendrix na sua melhor fase. Com mais de onze minutos de duração, essa versão de 'Hear My Train A Comin', repleta de inspiradas improvisações, uma ampla diversidade de técnicas, criatividade e experimentalismo já vale o download.

'Rainbow Bridge' não é um daqueles conceituadíssimos álbuns, habitualmente venerados pelos  admiradores de Hendrix, mas considero-o como uma obra fundamental no acervo de qualquer um que admire a genialidade e a criatividade do eterno mestre Hendrix. De certa forma, os álbuns 'Rainbow Bridge', 'Crash Landing' e 'Midnight Lightning' representam com fidelidade as últimas tendências e experiências sonoras elaboradas por Hendrix e por tal razão, não devem deixar de constar no acervo dos admiradores do eterno e supremo Mestre Jimi Hendrix.

Rainbow Bridge (1971) [Original Motion Picture Sound Track]

Músicas:
01 - Dolly Dagger
02 - Earth Blues
03 - Pali Gap
04 - Room Full of Mirrors
05 - Star Spangled Banner
06 - Look Over Yonder
07 - Hear My Train a Comin'
08 - Hey Baby (New Rising Sun)

Músicos:
Jimi Hendrix: vocalista, guitarra, backing vocals
Mitch Mitchell: bateria
Billy Cox: baixo
Noel Redding: baixo na faixa 6
Buddy Miles: bateria na faixa 4, backing vocals na faixa 2
Juma Edwards: percussão nas faixas 3 e 8
The Ronettes: backing vocals na faixa 2

[Obrigado = Thanks]

domingo, 19 de junho de 2011

Jimi Hendrix - Crash Landing & Midnight Lightning (1975)

"Crash Landing" e "Midnight Lightning", ambos lançados em 1975, são dois excelentes álbuns póstumos do genial e inigualável mestre Hendrix. Em 1978, esses dois álbuns foram lançados no Brasil sob a forma de álbum duplo, tomando por "empréstimo" a capa originalmente do "Crash Landing".

Não sei explicar, mas esses dois álbuns, pelo que pude pessoalmente constatar, nunca foram muito prestigiados pela legião de admiradores de Hendrix (pelo menos nunca ninguém me pediu pra gravar ou mesmo me perguntou, se qualquer um deles constavam do meu acervo). Mais de 35 anos se passaram e ainda hoje, não me parece ser uma tarefa muito fácil, achá-los divulgados pela Web. Pessoalmente, creio que o motivo principal desse "esquecimento", se deve ao fato de que algumas das composições que integram os dois álbuns, apresentam uma forte e inegável influência de Soul, influência essa, que caracterizou o trabalho de Hendrix, próximo ao término de sua estadia nessa nossa dimensão.

Independente disso, "Crash Landing" e "Midnight Lightning" possuem brilhantes e memoráveis versões em estúdio de composições que foram frequentemente acrescentadas em outras obras póstumas e como de costume, Hendrix esbanja originalidade, criatividade e competência ao longo de todas as faixas.

Em especial, quero deixar consignadas as seguintes faixas: as lisérgicas "Somewhere Over The Rainbow", "Captain Coconut", "Machine Gun", as ferozes e impecáveis, "Peace In Mississipi", "Trashman", "Hear My Train A Coming", os belíssimos e devastadores blues, "Come Down Hard On Me", "Gypsy Boy (New Rising Sun)", "Once I Had A Woman" e as clássicas faixas, "Stone Free Again", "Midnight Lightning", "Blue Suede Shoes".

Como dá pra perceber, na minha opinião, os álbuns são excelentes e são um verdadeiro e eterno presente para todas as gerações que precederam o grande e eterno mestre supremo Jimi Hendrix.

Esta é a terceira vez que publico esta postagem, por causa da infame "caça" promovida pela DMCA (Digital Millennium Copyright Act), que insiste em impedir a livre divulgação da cultura, sob a alegação de estar defendendo os Direitos Autorais.

O link da postagem, certamente resultará em erro, informando que o arquivo não existe ou foi deletado, não se preocupe com essa mensagem, ela é falsa. Consulte a página autônoma "Arquivo Morto", localizada no topo da página do blog, para maiores esclarecimentos e procedimentos.

Crash Landing & Midnight Lightning (1975)



Músicas:

Crash Landing (1975)
01. Message To Love
02. Somewhere Over The Rainbow
03. Crash Landing
04. Come Down Hard On Me
05. Peace In Mississipi
06. With The Power
07. Stone Free Again
08. Captain Coconut


Midnight Lightning (1975)
09. Trashman
10. Midnight Lightning
11. Hear My Train A Coming
12. Gypsy Boy (New Rising Sun)
13. Blue Suede Shoes
14. Machine Gun
15. Once I Had A Woman
16. Beginnings








Músicos:
Billy Cox: Baixo (1,6,8)
Buddy Miles: Bateria (1,6)
Jimmy Maeulen: Percussão (1,3,5,6,7,8,10,16)
Jeff Mironov: Guitarra (2,3,4,5,7,9,10,11,12,13,16)
Bob Babbit: Baixo (2,3,4,5,7,9,10,11,12,13,14,15,16)
Alan Schwartzberg: Bateria (2,3,4,5,7,8,9,10,12,13,14,15,16)
Lance Quinn: Guitarra (10,12,14,15)
Mitch Mitchell: Bateria (11)
Buddy Lucas: Harmonica (15)
Linda November: Vocal (3)
Vivian Cherry:  Vocal (3,10,12,15)
Barbara Massey: Vocal (3)
Maeretha Stewart: Vocal (10,12,15)
Hilda Harris: Vocal (10,12,15)

[Obrigado = Thanks]

domingo, 12 de junho de 2011

Van der Graaf Generator - Vital - Live (1978)

Desde da inauguração desse Mukifu, que estou tentando divulgar algum álbum dessa genial banda britânica, mas não conseguia me decidir por qual deles começar.

Para dificultar ainda mais a escolha, "VdGG" conta com uma sólida e considerável discografia (básica) compreendendo: "The Aerosol Grey Machine" (1969), "The Least We Can Do is Wave to Each Other" (1970), "H to He, Who Am the Only One" (1970), "Pawn Hearts" (1971), "Godbluff" (1975), "Still Life" (1976), "World Record" (1976), "The Quiet Zone, the Pleasure Dome" (1977) e o "Vital Live" (1978). Como aprecio todos eles, acabou ficando muito difícil escolher por onde começar.

Sem saber, fui conhecendo um pouco do trabalho do VdGG, através da saudosa rádio Eldo Pop. VdGG foi paixão a primeira audição. Com uma sonoridade profunda, soturna, inquietante, amargurada e introspectiva, tornei-me imediatamente um eterno admirador da inconfundível e originalíssima sonoridade do VdGG. No entanto, só lá pelos anos de 1975/76, quando consegui adquirir uma cópia usada do fantástico "H to He, Who Am the Only One" é que me foi possível identificar a banda e todos os diversos outros trabalhos, que faziam parte da programação daquela rádio. ( A rádio "Eldo Pop" não divulgava o nome das bandas).

O álbum da presente postagem, originalmente duplo, foi o primeiro álbum gravado ao vivo pelo VdGG. Gravado em 16/01/1978 no Marquee Club de Londres, infelizmente, não possui uma boa qualidade de gravação, digna da importância do evento. O álbum "Vital" acabou representando o encerramento das atividades do inigualável VdGG e portanto, no meu entender, merecia uma elaboração técnica mais criteriosa e sofisticada. Dada a absoluta falta de esmero na produção dessa verdadeira jóia do progressivo, fica a sensação que o álbum, não fazia parte dos projetos de lançamento em LP e só chegou a ser efetivamente lançado, em razão do encerramento da banda.

Mesmo mal gravado, esse álbum é realmente "Vital" a todo aquele que aprecia o progressivo e gosta de VdGG. Além das já mencionadas características sonoras do VdGG, cunhadas pela genialidade do cantor e poeta  Peter Hammill, "Vital" é um álbum repleto de inebriante  ferocidade, além de oferecer, em algumas faixas, versões completamente "recriadas".

P.S.
Infelizmente, esta versão em CD do "Vital" (gentilmente fornecida pelo meu amigo Gil), por consistir-se  de um único CD, não traz as faixas: "Sci-Finance" (6:25) e "Nadir's Big Chance" (3:40), que integram a versão original em vinil. Como se trata de uma versão com "perna-de-pau", "papagaio" e "tapa-olho", vou tentar obter as faixas faltantes, visando uma futura atualização. Se algum dos caros visitantes, eventualmente puder fornecer as faixas faltantes ficarei muito agradecido.

Vital - Live (1978)

Músicas:
01. Ship of Fools – 6:43
02. Still Life – 9:42
03. Last Frame – 9:02
04. Mirror Images – 5:50
05. Medley: Plague of Lighthouse Keepers/Sleepwalkers – 13:41
06. Pioneers over 'C' (Peter Hammill and David Jackson) – 17:00
07. Door – 6:00
08. Urban/Killer/Urban– 8:20

Músicos:
Graham Smith – Violin
Charles Dickie – Cello, electric piano, synthesizer
David Jackson – Saxophones and flute
Nic Potter – Bass guitar
Peter Hammill – Voice, piano, guitars
Guy Evans – Drums

[Obrigado = Thanks]

sábado, 11 de junho de 2011

East - Játékok (1981)

Um ano e sete meses após ter divulgado o segundo álbum "Hüség" dessa genial banda Hungara, finalmente decidi-me divulgar o primeiro álbum "Játékok", de forma a concluir a amostragem do trabalho desses geniais e criativos músicos.

Pessoalmente, ainda hoje considero o segundo álbum "Hüség", superior ao álbum da presente  postagem, mas isso, em nada diminuiu a beleza, a qualidade e a genialidade dos arranjos e das primorosas e cristalinas demonstrações de talento e técnica por parte de seus integrantes, fartamente constatável ao longo de todo esse brilhante álbum.
Para aqueles que ainda não conhecem a banda, taí uma excelente oportunidade de fazer o download e ouvir os dois melhores álbuns do 'East'. Ambos os álbuns possuem uma natureza progressiva, com algumas "pitadas" de jazz rock. Vale mencionar que uma das mais relevantes características dessa banda, está no fato de cantarem em sua língua pátria, fato que ao meu ver, colabora muito na textura da sonoridade da banda.

'East' em linhas gerais estrutura suas composições nos excelentes teclados de Pálvólgyi e nas brilhantes, originais e vibrantes guitarras de Varga e não é raro travarem entre si, belíssimos diálogos, sempre muito bem apoiados pela competente bateria de Király e pelo baixista Móczán.
Era isso aí. Espero que seja do agrado de todos.

Játékok (1981)


Músicas:
01. Nyitány / Overture
02. Messze a felhõkkel / Far away with the clouds
03. Szállj most fel / Fly up now
04. Kék-fekete látomás / Blue-black vision
05. Gyémántmadár / Diamond bird
06. Lélegzet / Breath
07. Nézz rám / Look at me
08. Üzenet / Message
09. Epilóg / Epilogue
10. Remény / Expectation

Músicos:
Géza Pálvólgyi: Teclados
János Varga: Guitarras
Miklós Zareczky: Vocal
István Király: Bateria, percussão
Péter Móczán: Baixo

[Obrigado = Thanks]

sábado, 4 de junho de 2011

Cheiro de Vida - Cheiro de Vida (1984)

Como já abordei anteriormente na postagem relativa a rádio Eldo Pop, o músico instrumental brasileiro, sempre esteve e sempre estará literalmente abandonado à própria sorte.

As gravadoras não se interessam pela música instrumental e em decorrência, as rádios também não divulgam os raros e heroicos projetos independentes, que porventura cheguem a concretizarem-se. 

Lá pelos anos 80, tive a oportunidade e o privilégio de adquirir em vinil alguns excelentes exemplos do incontestável potencial de alguns músicos brasileiros que se dedicam exclusivamente a música instrumental e heroicamente conseguiram lançar seus trabalhos de forma independente.

A lista desses verdadeiros heróis infelizmente não é extensa, mas no momento, vou mencionar apenas duas, por ocuparem um lugar de extremo destaque no meu pequeno acervo. Refiro-me as bandas "Quantum" (já postado aqui no Mukifu) e "Cheiro de Vida", esta última, objeto da presente postagem.

A história do "Cheiro de Vida" começa no Rio Grande do Sul em 1978, naquela época, formada pelo baixista André Gomes, o guitarrista Carlos Martau e do baterista Alexandre Fonseca. Depois de dois anos de muito som de garagem, ingressa na banda outro guitarrista, Paulo Supekóvia e passam a atuar em uma variedade de teatros e bares.

Durante os anos de 1981 e 1982, a banda permanece unida, excursionando pelo Brasil como banda de turnê e banda de shows e estúdio de alguns cantores brasileiros e paralelamente continuam a dar sequência ao projeto instrumental que se tornaria o "Cheiro de Vida".

As gravações desse verdadeira jóia do jazz rock, começaram em Porto Alegre, aos 29/09/83 até 26/08/84, mas o material contido nesse belo álbum foi o registro de quatro anos de muito trabalho e estudo. Resultando, como não podia deixar de ser, num dos melhores álbuns de jazz rock brasileiro, em razão da alta capacidade técnica e criativa de todos os integrantes dessa genial banda.

Para quem ainda não conhece a banda, considero a som do "Cheiro de Vida", em alguns momentos, muito próximo a sonoridade do 'Dixie Dregs', 'Soft Machine' dentre outros de igual categoria. No entanto, também   fica evidente uma  forte  influência do mestre 'Stanley Clark', exercida  principalmente sobre o "monstruoso" e exímio baixista André, que não esconde em momento algum tal influência e manda ver logo na música de abertura.



As magníficas e sempre diversificadas guitarras, em certos momentos, guardam alguma semelhança com a sonoridade de 'Alan Holdworth', 'Steve Morse' e 'John Etheridge' dentre outros "monstros" do jazz rock, mas tudo isso, sem deixar de possuir personalidade própria além esbanjarem originalidade, elegância e competência.


Dentre o que já falei, e tudo aquilo que deixei de falar, o que mais encanta no 'Cheiro de Vida', além da incontestável habilidade dos integrantes da banda é a sua disciplina, coordenação e genialidade na difícil tarefa de arranjar toda um complexo e sofisticado conjunto de instrumentos convencionais e não convencionais e ainda conseguir um resultado tão límpido, original, criativo e fluido ao longo de todas as magníficas composições que compõem essa inestimável jóia da música instrumental Brasileira.
 
Bom era isso aí. A recomendação é máxima! 
Só não baixa quem não gosta de jazz rock ou já tem.

Cheiro de Vida (1984)

Músicas:
01. Fechado Para Balanço (Cheiro de Vida - concepção: André e Paulinho)
02. Asas Longas (Cheiro de Vida - concepção: André)
03. Entre Estrelas (Cheiro de Vida - concepção: Martau e Paulinho)
04. Tema do Bonder (Cheiro de Vida)
05. Crepúsculo (Paulinho / Pedro / Martau)
06. Hieronymus Bosch (Cheiro de Vida - concepção: Alexandre, André e Paulinho)
07. Aí, Stanley! (Cheiro de Vida - concepção: André)
08. Ayisha (André)
09. Nosferatu (André / Paulinho)
10. O Bom Pastor (Cheiro de Vida)

Músicos:
Paulo Supekóvia: guitarra Fender Stratocaster, viola 12, violão ovation aço e ovation nylon
Carlos Martau: guitarra Gretch, bandolim Del Vecchio, viola 12, ovation aço, Krica* e Fuke*
André Gomes: baixo Mystical**, baixo Ibanez fretless, sitar, piccolo bass
Alexandre Fonseca: baterias Pearl, Rogers, Ludwig, rototoms Remo e Ataq***

Participações Especiais:
Pedro Tagliani: guitarra Ibanez (em "Crepúsculo")
Augusto Licks: viola Washburn e Roland GR300 (em "Hieronymus Bosch")

Arranjos: Cheiro de Vida
Renato Alscher: técnico de gravação e mixagem

*   instrumentos criados e construídos por Martau e Mauro Fuke
**  instrumento redesenhado por André e Mauro Fuke
*** bateria eletrônica projetada por Rubem Pechansky

OBS.:
1) O material musical aqui divulgado em formato MP3 [256 kbpm] foi obtido na WEB, já faz algum tempo e por displicência minha, deixo de consignar sua origem.
2) As fotos que integram essa postagem foram capturadas do LP original e são o "lamentável" resultado da minha incompetência como fotógrafo, aliada a minha incontestável situação de penúria financeira (não tenho scanner).


[Obrigado = Thanks]

sexta-feira, 3 de junho de 2011

QUANTUM - QUANTUM (1983)

No Brasil, não basta ser brilhante, competente ou exímio instrumentista. O músico que pretende dedicar-se exclusivamente a música instrumental só tem duas saídas. Custear do próprio bolso o projeto independente e sofrer com a distribuição e divulgação, ou ir embora do Brasil e lá, no exterior, tentar concretizar seus objetivos.

Mas algumas vezes, ocorre que alguns teimosos heróis, enfrentam todas as dificuldades "impostas" e acabam conseguindo, a duras penas, concretizar pelo menos em parte, alguns de seus sonhos. Esse é o caso do Quantum, que nos presenteia com esse exemplar e inigualável álbum inaugural.

Certamente, quem ainda não teve o privilégio de conhecer essa exemplar banda brasileira, que funde com absoluta maestria e muita competência o jazz rock e o progressivo, vai ficar profundamente impressionado com a qualidade sonora, a magistral técnica, a criatividade nos arranjos e a beleza das melodias que  transbordam infinitamente por todo esse magnífico trabalho, uma verdadeira pérola da música instrumental brasileira, capaz de rivalizar com absoluta facilidade com qualquer outra banda estrangeira.

"Tema Etéreo" nos traz uma incomparável aula de como se deve fundir com sabedoria, habilidade e elegância o jazz rock e o progressivo. São mais de 9 minutos repletos de pura inspiração, habilidade e qualidade técnica de todos os seus integrantes. É uma faixa para se ouvir no volume máximo, pena tratar-se de uma gravação independente e por tal razão, não pôde ser melhor explorada, tendo em vista os elevados custos com estúdio. A faixa "Inter Vivos" é um verdadeiro clássico do bom e velho progressivo. Consiste-se numa clara e inequívoca declaração de amor ao progressivo, onde fica evidente a homenagem ao Genesis (na sua melhor fase). "Sonata", outra jóia desse álbum, é simplesmente uma das mais belas composições que já tive o privilégio de ouvir. Suave, profunda e emocionante. A faixa "Quantum", poderia ser entendida como uma "micro suite", repleta de uma beleza inicialmente contida, que se desdobra sutilmente nos dois primeiros  minutos, para logo depois, revelar-se explosiva e catastrófica, para num terceiro momento, "reinventar" o cíclico e eterno processo da criação, com temas absolutamente cativantes, inteligentes e geniais.
Quero deixar expresso, aqui nesse meu insignificante Mukifu e limitado texto, meus sinceros respeitos e profunda admiração por todos os integrantes dessa genial banda brasileira, que com sua habilidade, criatividade e exemplar competência, desenvolveram um dos melhores álbuns que já tive a oportunidade e o privilégio de ouvir e tenho certeza que o álbum só não ficou melhor (do que já é) por absoluta falta de suporte e apoio financeiro.

Trata-se de um álbum exemplar, perfeito e merecedor de grande destaque na discoteca de qualquer apreciador do jazz rock e do progressivo. E quem não concordar, que faça melhor! Pois falar é fácil, realizar é tarefa hercúlea.


QUANTUM (1983)

Músicas:
01. Tema Etéreo
02. Chuva***
03. Acapulco
04. Inter Vivos**
05. Sonata
06. Quantum
07. Presságio [faixa bonus]*

Músicos:
Marcos G Rosset (Gringo): guitarra e violão (baixo em "Inter Vivos")**
Reynaldo Rana Jr. (Dinho):  guitarra e violão de 12 cordas
Fernando Costa:  teclados (guitarra em "Chuva")***
Segis C. Rodrigues:  baixo
Paulo Eduardo Naddeo:  bateria e percussão
Rolando Castelo Jr.: bateria em "Inter Vivos"**
* Felipe Carvalho: baixo em "Presságio"

OBS.:
1) O material musical aqui divulgado em formato MP3 [256] foi obtido na WEB, já faz algum tempo e por displicência minha, não posso mais determinar sua origem.
2) As fotos que integram essa postagem foram capturadas do LP original e são o "lamentável" resultado da minha absoluta incompetência como fotógrafo, aliada a minha incontestável situação de penúria financeira (não tenho scanner).  
 

[Obrigado = Thanks]