quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

L'Uovo di Colombo - L'Uovo di Colombo (1973)

É com imenso prazer que finalmente divulgo essa verdadeira jóia do progressivo Italiano. Não sei o motivo, mas esse álbum deveria ser uma das minhas primeiras postagens nesse Mukifu, mas por razões que desconheço foi ficando "esquecido" no meu acervo.

Certamente alguns dos ouvintes da saudosa e genial Rádio Eldo Pop, que ainda não conhecem a banda pelo nome, vão adorar essa postagem, pois logo na abertura 'L'indecisione' vão poder degustar e relembrar dos bons e velhos tempos. Os 'diabólicos' teclados de Enzo Volpini aliados a feroz bateria de 'Ruggero Stefani' são absolutamente inesquecíveis! São realmente de arrepiar.

L'Uovo di Colombo é mais uma daquelas excelentes bandas de progressivo que infelizmente dissolveu-se após o lançamento do seu primeiro e único álbum. A banda faz um progressivo encorpado, criativo e com personalidade, porém não deixa escapar, aqui e ali, uma forte influência do 'Le Orme' e 'ELP' o que na verdade, torna a sonoridade da banda ainda mais atraente, dada sua sábia e contida utilização.

A banda era, por assim dizer, perfeita e tudo indicava que teria um futuro brilhante e grandioso. O entrosamento de seus integrantes era quase 'mágico', tudo muito bem "amarrado", sem brechas e sempre capaz de surpreender o ouvinte com belíssimos arranjos e temáticas melódicas variadas e belas, fundindo com excepcional bom gosto o progressivo, o clássico e uma pitada de jazz, com absoluta criatividade e desenvoltura, podendo mencionar algumas faixas como; 'L'indecisione', 'Anja', 'Consiglio', 'Visione Della Morte', que certamente ratificam minha opinião.

A Grande competência e genialidade de seus integrantes resultou e até mesmo originou-se de numa longa experiencia profissional com algumas outras bandas italianas de renome. O vocalista 'Toni Gionta' (que posteriormente passou a utilizar-se de seu verdadeiro nome 'Tartarini') foi mais tarde integrante da banda 'Cherry Five' (na verdade 'Oliver') banda que antecedeu o 'Goblin' (para saber mais leia a postagem relativa ao Goblin). Quanto aos monstruosos 'Enzo Volpini' (tecladista) e 'Ruggero Stefani' (baterista)estes já haviam participado da banda 'I Fholks' com alguns dos futuros membros do que mais tarde seria a banda 'Reale Accademia di Musica'.

Outro integrante da banda que merece uma menção especial é o baixista e guitarrista 'Elio Volpini'. O cara é muito competente e domina os dois instrumentos com absoluta criatividade e desenvoltura. Alguns de seus excelentes momentos podem ser constatados no final da faixa 'Turba' e na faixa  'Consiglio' dentre todas as demais faixas.

Espero que essa divulgação musical seja do agrado de todos, principalmente dos fiéis ouvintes da Eldo Pop.

L'Uovo di Colombo (1973)

Músicas:
01. L'indecisione
02. Io
03. Anja
04. Vox Dei
05. Turba
06. Consiglio
07. Visione Della Morte
08. Scherzo

Músicos:
Toni Gionta (vocals)
Enzo Volpini (keyboards, acoustic guitar, vocals)
Elio Volpini (bass, guitar, vocals)
Ruggero Stefani (drums, percussion, vocals)

[Obrigado = Thanks]

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Gryphon - Red Queen To Gryphon Three (1974)

Gryphon é uma genial e original banda britânica de rock progressivo, que combina com inusitada maestria e genialidade a sonoridade do folclore inglês tradicional com música medieval de influências renascentistas, adicionando, a essa receita, o bom e velho Rock. A banda lançou seu 1º álbum em 1973 e ao longo de pouco mais de quatro anos, com algumas mudanças na estrutura musical e de seus integrantes, lançou cinco álbuns: Gryphon (1973), Midnight Mushrumps (1974), Red Queen to Gryphon Three (1974), Raindance (1975) e Treason (1977).

Na minha opinião, amparado em algumas opiniões de alguns colegas apreciadores do progressivo, a sonoridade e instrumentação incomuns do Gryphon, contribuem para sua pouca divulgação. Na medida em que para alguns, os arranjos complexos e a utilização de instrumentos de sopro incomuns tornam-se um verdadeiro e raro bálsamo auditivo, para outros, chega resvalar na fronteira do que consideram "enfadonho". Pessoalmente, a sonoridade dessa banda muito me agrada e a utilização de instrumentos incomuns, somente enriquece a sonoridade da banda, conferindo-lhe uma personalidade forte, única e exótica.

Infelizmente, sinto que não consegui expressar, nessas minhas enfadonhas linhas, nada da verdadeira 'alma' ou da 'substância essencial' do Gryphon. As palavras me escapam e por mais que me esforce não consigo através de palavras ilustrar a beleza desse álbum. Acho que meus parcos e velhos neurônios restantes estão falhando em definitivo...rsrsrsrsrs. Sendo assim, só me resta desculpar-me por minha absoluta incapacidade, esperando que pelo menos o material divulgado seja do agrado de todos.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Il Paese Dei Balocchi - Il Paese Dei Balocchi (1973)

Esse é o primeiro e infelizmente o único álbum que chegou a ser lançado dessa incrível banda italiana, que desenvolveu um dos melhores exemplos de como explorar com absoluta maestria e originalidade o infindável universo do Progressivo Sinfônico.

Para aqueles visitantes leitores que não conhecem a personalidade sonora do 'Il Paese Dei Balocchi ', preparem e sintonizem sua percepção musical para ouvir uma obra que consiste-se, basicamente, no que existe de melhor na sábia, prudente e impecável utilização de arranjos eruditos, que se evidenciam de forma simplesmente brilhante nos criativos e belíssimos arranjos orquestrais e corais, resultando num álbum perfeito e absolutamente fundamental para aqueles que apreciam o Progressivo Sinfônico.

Lamentavelmente, ao que parece, a banda não conseguiu superar a saída do tecladista Paone, que me 1974 abandonou a promissora banda, para trabalhar no Golfo Pérsico como pianista de Hotel. No mesmo ano, a banda chegou a desenvolver um segundo álbum, contando com a participação do tecladista Franco Di Sabbatino (mais tarde integrante do 'Rovescio della Medaglia'), mas infelizmente, para desgosto dos apreciadores da banda e do Prog sinfônico, esse trabalho permaneceu em versão demo, não chegando a ser lançado comercialmente. Uma lástima...

O nome da banda, bem como a temática central dessa obra, (cristalinamente expressa pelos títulos das músicas), se justifica, sob o ponto de vista restrito, relativo ao indivíduo, em razão da insatisfação de seus integrantes com a realidade política, econômica e social vigente e que predominam até os dias de hoje. Trata-se, em poucas palavras, da incompreensível "necessidade" humana de ocultar sob uma falsa e artificial "realidade", todos aqueles eventos e efeitos decorrentes de uma sociedade moralmente decadente e corrupta. Sendo assim, na "impossibilidade" de romper com as regras vigentes, impostas por aqueles que detém os instrumentos de poder, a maioria dos indivíduos, por preservação, acabam por refugiarem-se em um mundo de fantasia, de brinquedo, viabilizando assim, ainda que de forma ilusória, uma existência mais "confortável", "segura" e "aceitável".

Com essa temática densa, pessimista, porém concreta, a banda com exemplar virtuosismo, criatividade e competência, descortina para o "mundo" suas críticas e opiniões, sugerindo-nos uma profunda reflexão, de forma que ao término da obra (no caso LP), com a genial 'Ritorno Alla Condizione Umana' não deixa o ouvinte amargurado, muito pelo contrário, os poderosos e inclementes acordes de órgão de igreja (Igreja de S.Euclide) encerram a obra com uma inexplicável sensação de esperança, nem que esta,  venha a ser provida por uma intervenção divina (rsrsrsrs).

Existem alguns aspectos nessa obra que merecem especial destaque. O principal deles, no meu entender, reside no exemplar e magnífico arranjo do coral, repleto de ambientações que em conjunto com a incrível e impecável orquestração (arranjada e dirigida por Claudio Gizzi) e pelos teclados que propiciam com absoluta facilidade, uma infinidade de imagens mentais. Mas isso não é tudo, a aguçada sensibilidade das guitarras de Fabiani, aliado aos teclados de Paone e a perfeita condução da bateria de Laudadio são absolutamente inebriantes, principalmente na "singela" e bela 'Evasione'.

Muito ainda poderia ainda ser dito sobre essa magnífica obra, no entanto, vou encerrar minhas insignificantes considerações, tecendo apenas uma crítica desfavorável a inclusão das duas faixas bônus contidas na versão em CD. No meu entender, essas faixas são absolutamente desnecessárias e totalmente fora do contexto da obra original em LP. Essas duas faixas literalmente "enfraquecem" a mensagem da obra, na medida que interrompem de forma grosseira e intempestiva o criterioso, trabalhoso e minucioso cadenciamento e andamento da obra. Sem sombra de dúvida, não se trata de um bônus, mas sim, de um indesejável e inapropriado ônus. Pessoalmente considero que essa obra é composta pelas 10 primeiras faixas e qualquer outra coisa que venha a suceder a faixa final 'Ritorno Alla Condizione Umana' é absolutamente desnecessário.

Il Paese Dei Balocchi (1973)

Músicas:
01. Il Trionfo Dell'egoismo, Della Violenza, Della Presunzione E Dell'indifferenza
02. Impotenza Dell'umilta Della Rassegnazione
03. Canzone Della Speranza
04. Evasione
05. Risveglio E Visione Del Paese Dei Balocchi
06. Ingresso E Incontro Con I Baloccanti
07. Canzone Della Verita
08. Narcisismo Della Perfezione
09. Vanita Dell'intuizione Fantastica
10. Ritorno Alla Condizione Umana
Bônus (ou Ônus)
11. Fantasia E Poesia
12. Amore Per Gioco

Músicos:
Armando Paone: vocals, keyboards
Fabio Fabiani: guitar
Marcello Martorelli: bass
Sandro Laudadio: drums, vocals
Orquestração: arranjo e direção de Claudio Gizzi

[Obrigado = Thanks]

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Buffalo - Volcanic Rock (1973)

Recentemente, quase que "acidentalmente" chegou as minhas mãos esse CD do mais puro Hard Rock dos anos 70 de origem Australiana. Quando me refiro "acidentalmente" é que o CD não foi por mim encomendado ao meu fornecedor, mas por outrem, que por alguma razão, não chegou a resgatá-lo, permanecendo o CD (sem dono), abandonado dentre uma centenas de outras bandas, que compõem o vasto acervo desse meu amigo fornecedor.

Para ser franco eu nem conhecia essa banda Australiana e somente decidi-me por "adotá-lo" em razão da insistente recomendação do meu fornecedor, que não se cansou em enaltecer as virtudes musicais do Buffalo, garantindo-me que a banda faz um Hard Rock de primeiríssima qualidade. Só sei que fico fascinado, por ainda hoje, decorridos 37 anos, ter a oportunidade e o prazer de "descobrir" verdadeiras pérolas, "antigas novidades" que embora permaneçam parcialmente "ocultas" pela poeira do tempo, quando reveladas, resplandecem e iluminam os vastos e infindáveis labirintos da mente e da história da música de qualidade.

A capa, como os visitantes leitores podem constatar, me pareceu um tanto bizarra e até mesmo um pouco grosseira, considerando-se, numa livre e pessoal interpretação visual, que o homem nú sobre uma montanha em erupção, está erguendo, sobre a cabeça, em tese uma "rocha" cuja a forma irremediavelmente lembra o formato de um  pênis.

Desconsiderando a tosca arte gráfica, a banda surpreende. Trata-se do mais puro  Hard Rock dos anos 70, consistente e vibrante, com longas passagens instrumentais, repleto de excelentes Riffs de guitarra, muito bem amalgamados pela exemplar competência e criatividade desse quarteto de músicos. Trata-se sem qualquer dúvida, de um trabalho capaz de rivalizar, com extremo louvor, com muitas bandas consagradas e não foi por acaso que essa foi a banda escolhida para "abrir" o show do 'Black Sabbath' em sua passagem pela Austrália em Janeiro de 1973.

O álbum da presente postagem é o 2º trabalho dessa genial banda Australiana e no entendimento de alguns apreciadores dessa quase que desconhecida banda (infelizmente), trata-se do melhor trabalho realizado pelo Buffalo.

Sinceramente, depois de ouvir o CD e ter lido a resenha abaixo recomendada de autoria de Ricardo Seelig, fiquei muito interessado em conhecer os demais trabalhos dessa banda. Talvez em breve venha a divulgar mais algum material, na medida que os encontre. De qualquer forma, recomendo veementemente a audição dessa preciosidade. Quem "baixar", certamente não vai se arrepender.

Durante minhas pesquisas sobre a banda Buffalo, deparei-me com a excelente e magistral resenha de autoria de Ricardo Seelig. O brilhante texto, além de muito bem escrito é altamente esclarecedor e demonstra um profundo conhecimento sobre a banda, trazendo toda uma série de preciosas informações sobre o Buffalo. Então fica aqui minha expressa recomendação a essa valiosa resenha, que não deve, em hipótese alguma, deixar de ser lida, por aqueles que anseiam por conhecer mais sobre a banda.


Volcanic Rock (1973)

Músicas:
01. Sunrise K
02. Freedom
03. Till My Death
04. The Prophet
05. Pound of Flesh
06. Shylock

Músicos:
Dave Tice: Vocal
Pete Wells: Baixo
John Baxter: Guitarra
Jimmy Economou: Bateria

[Obrigado = Thanks]