domingo, 30 de maio de 2010

Klaus Doldinger's Passport - Blue Tattoo (1981)

Essa postagem com certeza será uma das minhas postagens mais difíceis. A começar pelo título da postagem. Sinceramente não sei nem como apresentar esse genial trabalho de Jazz Fusion. Não sei se apresento a excelente banda "Passport", ou se apresento, o saxofonista, tecladista, compositor e arranjador alemão "Klaus Doldinger". A final não existe "Passport", sem Doldinger e não se pode falar de Doldinger, sem mencionar-se o "Passport" e todos os excelentes músicos que tiveram o privilégio de fazer parte dessa lendária banda chamada "Passport".

Em que pese o fato, que a formação do "Passport" passou por diversas estruturações, como ardoroso admirador da banda, não consigo disassociar a banda de seu líder e vice-versa.  Depois de muito ponderar e não chegar a uma conclusão, decidi deixar o título da postagem como está consignado na contra-capa do álbum.

Blue Tattoo é mais um excepcional trabalho desse brilhante músico alemão. Esse álbum representa uma fase musical, na qual Doldinger empenha-se em privilegiar a linha melódica de suas composições, buscando uma sonoridade menos complexa, tanto sob o ponto de vista técnico, quanto estrutural, porém, meticulosamente orientada para o desenrolar de seus costumeiros e marcantes temas musicais, sempre belos, criativos, de fácil assimilação e memorização.

Essa observação pessoal, não implica em dizer que Doldinger se entrega a um jazz fusion comercial. O que desejo evidenciar é que esse álbum não esta diretamente comprometido com as propostas dos álbuns; 'Passport' (1972), 'Second Passport' (1972), 'Looking Thru' (1973), 'Hand Made' (1973), 'Cross Collateral' (1975), 'Infinity Machine' (1976), 'Iguaçu' (1977), 'Ataraxia' (1977) ou 'Garden Of Eden' (1978). A decada de 80 para o "Passport" é o início dessa outra fase, a qual pertence esse álbum e muitos outros como o raríssimo álbum 'Oceanliner' (1980), 'Earthborn' (1982), 'Man In The Mirror' (1983), 'Running In Real Time' (1985) dentre outros.

Um dos aspectos mais cativantes desse álbum é que boa parte das composições foram amplamente utilizadas em programas de televisão, comerciais e documentários (no Brasil e no exterior) e dificilmente o visitante não reconhecerá ou se lembrará, pelo menos em parte, de um ou outro tema, criado pelo brilhantismo do genial e único Klaus Doldinger.

Espero que apreciem essa preciosidade, tanto quanto eu.

Blue Tattoo (1981)

Músicas:
01. Riding On A Cloud
02. Radiation
03. Ragtag And Bobtail
04. Blue Tattoo
05. Piece For Rock Orchestra
06. Rambling
07. In A Melancholy Way
08. Daybreak Delight
(Todas as composições são de Klaus Doldinger)

Músicos:
Klaus Doldinger: Sax, Lyricon, Teclados, Sintetizadores e Vocoder
Kevin Mulligan: Guitarras
Hendrick Schaper: Fender Piano (1,2,5 e7), Mini Moog (5)
Dieter Petereit: Baixo
David Crigger: Bateria

[Obrigado = Thanks]

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Metamorfosi - Inferno (1973)

Essa incrível banda italiana foi formada em 1969, pelo siciliano Jimmy Spitaleri que juntou-se aos músicos Enrico Olivieri (teclados, vocal, flauta), Luciano Tamburro (guitarra), Roberto Turbitosi (baixo, vocal) e Mario Natali (bateria, percussão) que já atuavam em outra banda.

Em 1972, gravaram seu primeiro álbum "..E Fu Il Sesto Giorno", que infelizmente não conheço, motivo pelo qual deixo de fazer qualquer comentário. Em 1973 a banda sofre uma alteração em sua formação, saindo o baterista Natali e o guitarrista Tamburro,  ingressando o baterista Herygers. Lançam então seu segundo álbum "Inferno", objeto dessa postagem.

Basicamente a temática dessa obra esta parcialmente embasada tanto na mitologia grega (Caronte, barqueiro que guarda a travessia do rio Aqueronte que delimita com a região do mundo inferior dominado pelo deus Hades),  quanto na obra "A Divina Comédia" de Dante Alighieri (1265 - 1321), na qual Dante, descreve sua "aventura" através do Inferno, guiado pelo poeta romano Virgílio. Os demais livros que compõem a obra de Dante, o 'Purgatório' e o 'Paraíso', não são nessa obra enfocados pela banda, esses são abordados no terceiro e último trabalho da banda no álbum "Paradiso" (2004). Fora essas fontes, uma delas de notória influência cristã, a banda aproveitou-se da temática, para incluir outras relevantes questões como o racismo e a "políticagem", equiparando tais questões,  aos pecados capitais.

Esgotadas as observações iniciais necessárias, a obra "Inferno" é no meu entender, um daqueles trabalhos progressivos mais empolgantes e criativos já produzidos na Itália. Os vocais de Spitaleri são agradabilíssimos, ora melodiosos e suaves ora  profundos e agonizantes, um dos vocais mais belos e emotivos que já ouvi. Embora, sem dúvida alguma, toda a estrutura musical do "Metamorfosi" esteja baseada nos fantásticos teclados de Olivieri, que como um verdadeiro "demônio", utiliza-se de seus instrumentos com virtuosismo, criatividade e bom gosto quase sobre-humanos, os baixos de Turbitosi e a exemplar bateria de Herygers (principalmente seu trabalho de pratos) são uma atração à parte, merecendo uma audição minuciosa, especialmente dedicada aos detalhes.

Não faltam, nessa obra, fontes musicais que por analogia possam servir de referência a sonoridade do "Metamorfosi", mas propositalmente não vou mencionar nenhuma delas, deixando essa tarefa a critério dos ilustres visitantes, que apreciam um progressivo de qualidade.

Bom, resumidamente é isso aí. Resta-me apenas mencionar minha mais profunda admiração pela dinâmica da estrutura musical, que consegue fundir como nenhuma outra banda, o progressivo com "pitadas" de jazz, com muita facilidade, originalidade e absoluta maestria. Realizando um dos mais belos exemplos, daquilo que realmente podemos chamar de progressivo.

Observação:
Dadas as peculiaridades dessa magistral obra, no que se refere a estrutura da gravação original, decidi-me por preservar as características originais do LP. Motivo pelo qual estou divulgando as composições mixadas (como duas grandes suites), exatamente como se encontram originalmente no LP.
Excepcionalmente estou divulgando, junto ao arquivo, parte da capa interna onde estão consignadas as letras, na expectativa de melhor ilustrar e facilitar o acompanhamento dessa grandiosa e bela obra.
Saliento que salvo raríssimas exceções, não disponibilizo qualquer material gráfico relacionado as obras aqui divulgadas, na expectativa de não incentivar a chamada "pirataria". Meu objetivo restringe-se a divulgação da boa música, propiciando uma prévia "degustação" da obra, de forma a fornecer aos visitantes, os meios determinantes  à aquisição ou não das obras aqui divulgadas.

Inferno (1973)

Músicas:

Suite A (21:35)
01. Introduzione
02. Selva Oscura
03. Porta Dell'inferno
04. Caronte
05. Spacciatore Di Droga
06. Terremoto
07. Limbo
08. Lussuriosi
09. Avari

Suite B (18:30)
10. Violenti
11. Malebolge
12. Sfruttatori
13. Razzisti
14. Fossa Dei Giganti
15. Lucifero (Politicanti)
16. Conclusione

Músicos:
Davide "Jimmy" Spitaleri: Vocal principal, flauta;
Enrico Olivieri: Teclados, sintetizadores e vocal;
Roberto Turbitosi: baixo, vocal;
Gianluca Herygers: bateria, percussão

[Obrigado = Thanks]

sábado, 22 de maio de 2010

New Trolls - Concerto Grosso Per I (1971)

Essa conhecidíssima banda italiana foi originalmente formada em meados da década de 1960 pelos músicos: Vittorio de Scalzi (guitarra e vocal), Nico di Palo (guitarra e vocal), Mauro Chiarugi (teclados), Giorgio D'Adamo (baixo e vocal) e Gianni Belleno (bateria e vocal), permanecendo com essa formação até o ano de 1970, quando Mauro Chiarugi deixou a banda, sendo substituído por Maurizio Salvi.

Em 1971 o "New Trolls" lança o seu álbum mais rico, belo e bem acabado. "Concerto Grosso Per I" contando com arranjos clássicos escritos pelo compositor argentino, naturalizado italiano, Luis Enriquez Bacalov, que posteriormente também trabalhou com as bandas "Osana" e "Il Rovescio della Medaglia".

A título de mera curiosidade, Concerto Grosso, é uma forma estritamente instrumental, típica do período barroco e que foi muito difundida na Itália. Consiste-se num concerto em que um grupo de solistas ("concertino") geralmente dois violinos e um violoncelo, dialoga com o resto da orquestra ("ripieno"), por vezes fundindo-se com este resultando no "tutti". As diferentes partes, concertino, ripieno e tuttti, são sustentadas pelo grupo do baixo contínuo (ordinariamente baixo de viola da gamba e cravo).

Embora muitos apreciadores do "New Trolls" apontem para o álbum "UT" (1972), como uma de suas melhores obras, sinto-me profundamente inclinado a discordar veementemente da esmagadora maioria, atribuindo tal título ao "Concerto Grosso Per I".

A elaborada, intrincada e disciplinada fusão da música erudita com o rock é em última instância, a síntese máxima do Progressivo. Nessa obra, "New Trolls" explora com muita competência e habilidade essa fórmula, oferecendo-nos uma "estética" musical ainda hoje atual, original e bela. Não vou me alongar evidenciando a indiscutível técnica e virtuosismo de seus integrantes, mas nessa obra, duas participações são absolutamente merecedoras de uma menção especial: a alucinante flauta de Scalzi, ao estilo "Jethro Tull", e as belíssimas guitarras de Di Palo.

Outra faceta fascinante desse álbum está na quinta faixa, com seus 20 minutos de pura improvisação. Registrada sem interrupções ou edições (direta), essa faixa preserva e ilustra todo o espírito e brilhantismo musical que fluiu naquele "mágico" encontro.

Concerto Grosso Per I (1971)


Músicas:
01. 1° tempo: Allegro
02. 2° tempo: Adagio (Shadows)
03. 3° tempo: Cadenza – Andante con moto
04. 4° tempo: Shadows (per Jimi Hendrix)
05. Nella sala vuota, improvvisazioni dei New Trolls registrate in diretta

Músicos:
Nico Di Palo - guitarra, lead vocals
Gianni Belleno - bateria, vocals
Frank Laugelli (Rhodes)- baixo
Maurizio Salvi - piano, orgão
Vittorio De Scalzi - guitarra, teclado, flauta

[Obrigado = Thanks]

New Trolls - Searching For A Land (1972)

Em 1972 ocorre uma segunda mudança na formação do "New Trolls". O baixista Giorgio D'Adamo é substituído pelo ítalo-canadense Frank Laugelli e lançam no mesmo ano 1972 dois álbuns: "Searching For A Land " e "UT".

"Searching For A Land " (meu primeiro LP do New Trolls) originalmente um álbum duplo, com faixas ao vivo, não foi considerado um sucesso, mesmo porque, depois do álbum "Concerto Grosso Per I", viesse o que viesse, seria praticamente impossível suplantar a inevitável e implacável expectativa do público. Mas mesmo assim, particularmente considero esse álbum, o segundo melhor trabalho do "New Trolls", sendo pois, imprescindível para compreender a evolução musical da banda. Dessa obra destaco as seguintes faixas: 'In St. Peter's Day', 'Once That I Prayed', 'A Land To Live A Land To Die' (New Trolls? Nice? ou ELP?), 'To Edith' (lisérgica e fantástica), Intro (bateria, teclados e guitarras "enfurecidos"), 'Muddy Madalein' e 'Lying Here'.

Depois de ouvir esse álbum, não dá para entender o que existe de excepcional ou fantástico no "UT". Particularmente e com muito boa vontade, contabilizo uma única música merecedora de alguma menção a "C'e Troppa Guerra".

Searching For A Land (1972)


Músicas:
01. Searching (Belleno/Rhodes/De Scalzi)
02. Percival (De Scalzi/Belleno/Di Palo)
03. In St. Peter's Day (De Scalzi/Salvi)
04. Once That I Prayed (De Scalzi/Rhodes/Salvi)
05. A Land To Live A Land To Die (De Scalzi/Rhodes/Di Palo/Salvi)
06. Giga (De Scalzi)
07. To Edith (Russel/De Scalzi/Di Palo)
08. Intro (Live) (Di Palo/De Scalzi/Salvi)
09. Bright Lights (Live) (Belleno/Rhodes/Di Palo)
10. Muddy Madalein (Live) (De Scalzi/Rhodes/Di Palo)
11. Lying Here (Live) (Rhodes/Belleno/De Scalzi/Di Palo/Salvi)

Músicos:
Nico Di Palo: guitarra, lead vocals
Gianni Belleno: bateria, vocals
Frank Laugelli Rhodes: baixo
Maurizio Salvi: piano, orgão, sintetizadores
Vittorio De Scalzi: guitarra, flauta

[Obrigado = Thanks]

quarta-feira, 19 de maio de 2010

New Trolls - Tempi Dispari (1974)

"Tempi Dispari" é um álbum exemplar que não guarda nenhuma relação com os trabalhos anteriores do "New Trolls". Gravado ao vivo no Teatro Alcione, Genoa, esse álbum é composto por apenas duas composições, onde seus integrantes dedicam-se exclusivamente a explorar em profundidade as ilimitadas fronteiras do Jazz, oferecendo-nos, em muitos momentos, o mais puro e refinado Jazz, principalmente na faixa 7/4.  Já na segunda composição 13/18, o "New Trolls" se flexibiliza e invade o território do Jazz Rock com algumas incursões ao Free Jazz e ao Progressivo, demonstrando completo domínio, desenvoltura e competência ao desbravar habilidosamente os complexos caminhos dessa fusão de estilos musicais.

Não sou músico e não entendo nada de teoria musical, mas pelo pouco que pude depreender, me parece que o objetivo principal do "New Trolls", nesse álbum em particular, não foi apenas "afirmar-se" para o seu público habitual, mas em especial para a comunidade musical mundial. Essa intenção me parece estar esculpida não apenas no conteúdo das composições, manifestando-se logo no título do álbum "tempi dispari", bem como, pelos títulos das composições que se referem aos compassos musicais. Reforçando a teoria da "afirmação" musical, não devemos esquecer, que esse álbum foi o segundo álbum da banda "New Trolls Atomic System" (fruto da cisão do "New Trolls" original) e que por insondáveis razões, voltou a utilizar-se do nome "New Trolls" nesse LP.

O resultado desse inusitado "experimento", certamente surpreenderá aos admiradores do Jazz e aos músicos profissionais pela sua dinâmica, técnica e virtuosismo, no entanto, para os não "iniciados" no Jazz, não vislumbro uma fácil aceitação. Motivo pelo qual, não recomendo a presente postagem para aqueles visitantes que não apreciam o Jazz e suas inúmeras variações.

Por outro lado, o prezado visitante ainda que não totalmente familiarizado com o Jazz, poderá ainda assim, apreciar a estrutura musical da segunda composição (13/8), por tratar-se de uma composição menos ortodoxa e com algumas referências progressivas e experimentais, consistindo-se, por assim dizer, numa composição fusion.

Seja como for, incontestavelmente esse álbum ilustra um importante momento da evolução musical dessa genial e importante banda italiana. Merecendo um lugar de destaque na discografia do "New Trolls".

Tempi Dispari (1974)

Músicas:
01. 7/4 (Settequatri)
02. 13/8 (Trediciottavi)

Músicos:
Vittorio De Scalzi: Guitarra
Giorgio Baiocco: Sax
Renato Rosset: Teclados
Giorgio D'Adamo: Baixo
Tullio D'Episcopo: Bateria

[Obrigado = Thanks]

domingo, 16 de maio de 2010

Kayak - See See The Sun (1973)

Para quem ainda não conhece essa verdadeira jóia do progressivo sinfônico holandês, esta aí o momento de aproveitar a oportunidade e apreciar essa genial banda, que guarda alguma relação com a sonoridade do "Camel" e do "The Moody Blues". Aqui quero fazer um pertinente acréscimo, muito bem observado pelo Amigo Faustodevil do excelente Blog Hofmann&stoll: "Impossível não notar forte e boa influência de Gênesis e Yes". Pois é... eu deixei passar essa. Mas não se deixe enganar por essa minha temerária e insignificante analogia. Kayak possui personalidade própria, deixando evidente, ao longo de suas composições, um certo "compromisso" com a música regional holandesa, remetendo o ouvinte, nessas ocasiões, a uma experiência sonora muito semelhante a proposta pelo "Focus".

Não vou me estender em comentários individualizados acerca das composições, pelo simples fato de todas serem excepcionalmente bem arranjadas e magistralmente bem executadas, inexistindo qualquer possibilidade do ouvinte "perceber" o que livremente denomino por "vazios instrumentais", ou seja, situações onde com ofuscante clareza, nota-se a ausência de uma maior participação de um determinado instrumento, deixando um desagradável vácuo sonoro.

O "Kayak" tem suas raízes na cidade holandesa de Hilversum e tudo começou em 1967 época em que Ton Scherpenzeel (teclados, guitarra baixo) e Pim Koopman (bateria, guitarra) juntamente com amigos da vizinhança, tocaram juntos em algumas bandas como "Balderdash" (1967) e "High Tide Formation" (1970), nessa última banda, antes de seu término em 1971, surge o terceiro membro fundador do Kayak, o guitarrista Johan Slager. Ainda em 1971, Ton, Pim e Johan começaram a gravar algumas demos (um projeto chamado "Ten Ride Ticket") e ocasionalmente, tocavam ao vivo. Ton e Pim ingresaram na Academia de Música de Hilversum, onde  conheceram o quarto integrante, o vocalista Max Werner. Não demorou muito o baixista Cees van Leeuwen, ingressa na banda substituindo o francês Jean Michel Marion, completando a formação original do Kayak, gravando entre os anos de 1972 e 1973, esse magnífico álbum inaugural o "See See The Sun".

Basicamente a discografia do Kayak poderia ser classificada em duas fases distintas. Fazendo parte da primeira os álbuns: "See See The Sun" (1973), "Kayak II" (1974), "Royal Bed Bouncer" (1975). A partir do álbum "The Last Encore" (1976), já sem Cees, a formação original da banda vai se desintegrando (sai Pim Koopman) e assim,  gradualmente, na medida em que seus integrantes originais são substituídos por outros, a banda vai assumindo um novo estilo musical abandonando o progressivo.

A foto que segue, de autoria de Jan van Heeren é uma hilária raridade. Trata-se de uma foto promocional de uma rádio holandesa denominada "Veronica". Embora para os padrões atuais, seja uma foto de gosto duvidoso, acabou servindo para retratar os integrantes originais do Kayak, que naquela época (1972/1973), contavam com pouco mais de 20 anos e deviam estar gravando o seu primeiro álbum.
Acredito que sejam, em sentido horário (marca inicial  às 9 horas): Ton Scherpenzeel, Cees van Leeuwen, Pim Koopman, Johan Slager, ao centro (no banco do piloto) Max Werner.
A foto acima é o encarte do LP original.
Era isso aí. Espero que a presente postagem seja do agrado de todos. Boa Viagem!

See See The Sun (1973)

Músicas:
01. Reason for it all
02. Lyrics
03. Mouldy wood
04. Lovely luna
05. Hope for a life
06. Ballet of the cripple
07. Forever is a lonely thought
08. Mammoth
09. See see the sun
10. Still try to write a book (bonus)
11. Give it a name (bonus)    

Músicos:
Ton Scherpenzeel: Piano,Fender piano,Organ,Moog,Harpsichord,Davoli synthesizer,Acordion,vocals
Pim Koopman: drums,Davoli synthesizer,synthesizer,organ,vocals
Max Werner (Werlerofzoiets): vocals,mellotron
Cees van Leeuwen: Fender Bass, Rickenbacker Bass
Johan Slager: Acustic & Eletric guitars,vocals
Giny Busch and Martin Koeman: violins on 2
Ernst Reiziger: cello on 2
G.Perlée: Barrel organ "Flamingo" Amsterdam on 8

[Obrigado = Thanks]


Dedico essa postagem à Memória do inesquecível músico e compositor Pim Koopman falecido em 23 de Novembro de 2009. Considerando-se que neste eventual multiverso, nada se cria, nada se perde mas que tudo se transforma, espero que onde quer que você esteja, continue trazendo alegria, felicidade e bons momentos.

domingo, 9 de maio de 2010

The Flock - Inside Out (1975)

Finalmente consegui divulgar essa verdadeira raridade do "The Flock", o álbum "Inside Out", seu terceiro e útimo álbum. Acredito que por tratar-se de um álbum sem qualquer relação com seus trabalhos anteriores e desprovido de uma proposta musical objetiva, acabou sendo quase que totalmente esquecido pelos divulgadores do Progressivo. No entanto, isso não quer dizer que não existam faixas exclusivamente progressivas e belas como: "Back To You", "Metamorphosis" e "Straight Home" e que também fizeram parte da programação da saudosa rádio Eldo Pop.

Para alguns trata-se de uma obra de menor relevância e realmente pode não ser uma obra-prima, no entanto, considerando-se que das seis faixas, três delas conseguem prender a atenção do ouvinte, não dá para negar que o álbum detenha um real valor musical, além de uma forte personalidade própria. Inclusive quero destacar também a faixa "My Ok Today", que embora meio "esquisitinha",  possui alguns excelentes momentos, onde o violino, os teclados, a guitarra e a base de bateria e baixo, chegam a empolgar. (Como muito bem observado, nos comentários, pelo caro Roderick Verden, o que estraga essa composição são os vocais).
Sinceramente, espero que os visitantes que se interessem pela presente postagem, não pretendam estabelecer qualquer correlação com o primeiro álbum da banda (1969), (já anteriormente divulgado nesse mukivu), pois se o fizerem, certamente se desiludirão. O "The Flock", como muitas outras bandas, ao longo de sua existência, sofreu com a perda de integrantes (Jerry Goodman) e teve de submeter-se a adaptações e desvios de rumo, algumas vezes essas medidas são muito bem sucedidas, outras vezes são apenas parcialmente bem sucedidas ou não.

De qualquer forma, na minha insignificante opinião, contrariando uma centena de fãs do "The Flock", "Inside Out" é um excelente trabalho e que  enriquece  qualquer acervo pessoal destinado ao progressivo. Era uma postagem que desde a inauguração desse mukivu eu pretendia divulgar e agora taí.

Concluirei então, com a seguinte questão básica e definitiva, capaz de dirimir qualquer eventual discórdia :
- Voce é capaz de fazer algo melhor? - Eu com certeza não sou. Então pra que ser extremamente rigoroso e purista? Ouça e tire suas próprias conclusões.

Inside Out (1975)

Músicas:
01. Music For Our Friends
02. Back To You
03. Metamorphosis
04. Hang On
05. My Ok Today
06. Straight Home

Músicos:
Fred Glickstein: Guitarra e Vocal solo
James Leslie Hirsen: Teclados, Sintetizadores e Vocal Solo (Corrigido nos comentários, pelo caro Roderick Verden)
Jerry Smith: Baixo, Vocal
Ron Karpman: Bateria, Percussão, Vocal
MIke Zydowsky: Violino elétrico
Felix Pappalardi: Backing Vocal em "Straight Home" e Produtor

[Obrigado = Thanks]

sábado, 8 de maio de 2010

Manfred Mann's Earth Band - Watch (1978)

Depois do sucesso de vendas do álbum "The Roaring Silence", a MMEB lança seu oitavo álbum o LP  "Watch", que talvez seja o trabalho mais apreciado entre seus inúmeros fãs. Particularmente considero-o um excelente álbum, mas não o classificaria como um de seus melhores trabalhos. Esse álbum, no meu entender, tem um certo clima "Déjà vu", melhor explicando, todas as composições parecem remeter o ouvinte a alguma obra anterior da MMEB, resultando naquela incomoda sensação de "já ouvi isso antes... mas não sei exatamente onde...".

De qualquer maneira isso não diminui o valor desse trabalho, muito pelo contrário. A banda sofreu uma pequena mudança em sua estrutura, com a saída do excelente baixista Colin Patterden que foi substituído com competência por Pat King. Para ser sincero, esse álbum me trouxe uma agradável e inesperada surpresa, fazendo-me ponderar sobre a performance do guitarrista Dave Flett, que nesse trabalho está bem mais participativo, vigoroso e  criativo, fato que não consegui observar no álbum "The Roaring Silence", motivo pelo qual, na postagem anterior, lamentava a saída de Mick Rogers.

A capa desse álbum é uma história a parte. Pintada (óleo) pelo artista gráfico sueco Michael Sanz, acabou sendo incorporada a imagem da própria banda, quase como uma logomarca.

Michael Sanz relata que como fã da MMEB, após uma apresentação em Estocolmo, teve acesso aos músicos e após um rápido contato, conseguiu deixar uma amostra de seu trabalho gráfico com Manfred Mann, que imediatamente ofereceu-lhe a oportunidade de realizar a capa do álbum "Watch". Michael foi orientado pelo próprio Manfred, a elaborar uma imagem de um homem correndo na pista de um aeroporto, tentando decolar e para enfatizar o que tentava descrever, Manfred abriu os braços e saiu correndo pela calçada. Para não alongar a história, o trabalho acabou sendo aceito pela banda e Michael sugeriu uma contra-capa que foi rapidamente aceita pela banda.

Anos mais tarde, Michael conversando com Manfred tour manager - Thomas Johansson, soube que a idéia original da capa havia partido de um anúncio exposto no aeroporto da Suécia e que o próprio Johansson havia mostrado a banda quando chegaram a Estocolmo. Então, Michael ligeiramente disapontado comenta: "E eu que havia pensado que Manfred era um genio por idealizar aquela fantástica capa."

Watch (1978) 

Músicas:
01. Circles (Alan Mark)
02. Drowning On Dry Land (Chris Slade) / Fish Soup (Dave Flett/Manfred Mann)
03. Chicago Institute (Peter Thomas/Mann/Flett)
04. California (Sue Vickers)
05. Davy's On The Road Again (John Simon/Robbie Robertson)
06. Martha's Madman (Lane Tietgen)
07. Mighty Quinn (Bob Dylan)
Bonus:
08. California (single) (Sue Vickers)
09. Davy's On The Road Again (single) (Simon/Robertson)
10. Bouillabaisse (Flett/Mann)
11. Mighty Quinn (single) (Dylan)

Músicos:
Chris Hamlet Thompson - vocals, guitar
Dave Flett - lead guitar, acoustic guitar
Pat King - bass, backing vocals
Chris Slade - drums, percussion
Manfred Mann - keyboards, backing vocals
Doreen Chanter, Irene Chanter, Stevie Lange, Victy Silva,Kim Goddy - backing vocals

[Obrigado = Thanks]

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Darryl Way's Wolf - Saturation Point (1973)

O violinista e tecladista Darryl Way foi um dos fundadores da banda "Curved Air", juntamente com tecladista e guitarrista Francis Monkman, participando, num primeiro momento, dos três primeiros álbuns dessa genial banda "Airconditioning" (1970), "Second Album" (1971) e "Phantasmagoria" (1972).

Em fevereiro de 1973, Darryl Way decidiu formar uma nova banda, visando desenvolver um estilo musical onde a sonoridade de seu violino pudesse se aproximar mais da música clássica. Nascia a banda "Wolf", que acabou sendo rebatizada de "Darryl Way's Wolf", um trocadilho que significa  "ao modo de", "da maneira de". Contando com músicos de primeira qualidade, como: Ian Mosley (futuro baterista das bandas TRACE e atualmente MARILLION), John Etheridge (futuro guitarrista  do SOFT MACHINE) e Dek Messacar (futuro baixista do CARAVAN) chegou a lançar três álbuns: "Canis Lupus" (1973), "Saturation Point" (1973) e "Night Music" (1974).

Darryl Way, após o lançamento do terceiro álbum da "Darryl Way's Wolf",  retorna ao "Curved Air" no magistral álbum "Live" (1975) (já divulgado nesse blog) realizando ainda, participações em trabalhos de outras bandas como: "Gong" Expresso II (1978), "Jethro Tull" Heavy Horses (1978), "Trace" Birds (1975), "Marianne Faithfull" Broken English (1979).

Dentre os dois primeiros álbuns da "Darryl Way's Wolf" (infelizmente não conheço o terceiro), destaco como meu preferido o álbum "Saturation Point", possivelmente influenciado pela programação da rádio Eldo Pop, que enfatizou esse álbum. Seja como for, trata-se de um álbum muito bem equilibrado e de sonoridade madura, que mescla com absoluta maestria, criatividade e originalidade o progressivo, o erudito e o jazz rock. Obra altamente recomendada e que não pode deixar de fazer parte do acervo pessoal de quem gosta de jazz rock e prog.

Saturation Point (1973)

Músicas:
01. The Ache (Way)
02. Two Sisters (Way)
03. Slow Rag (Etheridge)
04. Market Overture (Way)
05. Game Of X (Etheridge)
06. Saturation Point (Way)
07. Toy Symphony (Way)

Músicos:
Darryl Way - violin, viola, keyboards
John Etheridge - guitars
Dek Messecar - bass, vocals
Ian Mosley - drums

[Obrigado = Thanks]

terça-feira, 4 de maio de 2010

Mona Lisa - Avant Qu'il Ne Soit Trop Tard (1978)

Este é o quarto álbum dessa genial banda francesa, que guarda uma estreita semelhança sonora com o "Ange" e de certo modo com o "Genesis". Após o exemplar álbum "Le Petit Violon de Mr Gregoire" (já postado nesse blog), pensava que não seria possível ao  "Mona Lisa", desenvolver um trabalho de igual qualidade, mas foi exatamente isso que aconteceu.

O álbum "Avant Qu'il Ne Soit Trop Tard", revela-se atraente, criativo e original, equiparando-se em vários momentos ao magnífico álbum que o antecedeu, não decepcionando àqueles que admiram um  progressivo sinfônico dramático e teatral.

Resumindo, "Avant Qu'il Ne Soit Trop Tard" é um álbum que complementa o perfil sonoro do Mona Lisa, retratando sua melhor fase, onde destacam-se os álbuns "Grimaces", "Le Petit Violon de Mr Gregoire", sendo portanto, extremamente recomendado.
Em tempo:
Na versão em CD foram inclusas três músicas ao vivo. Pessoalmente, não vejo qualquer vantagem, uma vez que a qualidade é péssima, bem como as faixas bônus já fazem parte do próprio álbum, não passando de um “replay” de baixa qualidade. No entanto, decidi-me por divulgá-las, ainda que isso implique em um consideravel aumento do arquivo, pois reconheço que existem  muitos apreciadores de versões não comerciais, ainda que mal gravadas.

Avant Qu'il Ne Soit Trop Tard (1978)

Músicas:
01. Avant qu'il ne soit trop tard
02. La peste
03. Souvenirs de naufrageurs
04. Tripot
05. Léna
06. Créature sur la steppe
      a) Comme dans un Rêve
      b) L'oppression
      c) Avec le vent
Bônus:
07. Souvenirs de naufrageurs (live version)
08. Creáture sur la steppe (live version)
09. Léna (live version)

Músicos:
Pascal Jardon - electric & acoustic guitar, synthesizer
Francis Poulet - drums, percussion
Jean-Luc Martin - bass
Jean-Paul Pierson - piano, organ, synthesizer, polyphonic orchestra, Mellotron
Dominique Le Guennec - lead vocals, flutes, percussion

[Obrigado = Thanks]