sexta-feira, 26 de março de 2010

Larry Fast - Synergy - Electronic Realizations For Rock Orchestra (1975)

Lawrence R. Fast, mais conhecido por Larry Fast além de ser um excelente compositor é um especialista em sintetizadores.Cresceu em Nova Jersey, onde estudou piano e violino, mais tarde dedicou-se a construção de sintetizadores, tornando-se um prestigiado consultor técnico em sintetizadores.

Em 1975, Larry Fast decidiu alavancar seu projeto denominado "Synergy", gravando no mesmo ano seu primeiro álbum "Electronic Realizations For Rock Orchestra". Este álbum foi completamente revolucionário em termos de programação de sintetizadores e seqüenciamento, não passando despercebido pelo cenário musical, em razão de sua competência técnica e exemplar habilidade. Logo após o lançamento do seu primeiro álbum, Larry Fast trabalhou como assistente técnico de sintetizadores para a banda alemã Nektar nas gravações do álbum "Recycled". Entre 1977 e 1982, Larry Fast trabalhou como tecladista nos primeiros álbuns solo de Peter Gabriel, e ao longo desses anos vem acessorando muitos artistas de renome.

As atividades de Larry Fast como consultor técnico, são inúmeras não cabendo aqui elencá-las. O que realmente interessa é que o cara é "cascudo" e domina como poucos a nobre arte dos teclados eletrônicos, além de ser um excelente compositor.

Este primeiro álbum é um dos seus trabalhos mais influenciado pelo progressivo, contando com toda uma estrutura musical erudita, riquíssima em andamentos e variações, intercalando com exemplar sensibilidade e elegância momentos líricos, épicos e dramáticos.

Particularmente, nunca fui um admirador de música eletrônica. A habitual onipresença do minimalismo nas composições, a infindável lentidão dos movimentos musicais e alguns dos efeitos eletrônicos que livremente denominei de "chiadeira eletrônica" sempre me incomodaram e me afastaram do estilo. Até que um dia em 1977, numa incursão a um sebo no centro do RJ, encontei  o álbum da presente postagem. Naquela época, desconhecia quem era Larry Fast, bem como, nada sabia sobre o projeto "Synergy", as palavras "Eletronic Realization" me causavam repulsa, por outro lado, as palavras "For Rock Orchestra" me convidavam a conhecer o "safado do LP" (uma medíocre edição nacional com apenas 4 músicas). Depois de muito relutar, resolvi escutá-lo antes de gastar minhas parcas merecas com "chiadeira eletrônica". Para abreviar a história, foi uma verdadeira revelação sonora para mim. Pela primeira vez estava apreciando um trabalho eletrônico e altamente progressivo. Desde então passei a admirar o trabalho desenvolvido pelo genial Larry Fast.

Electronic Realizations For Rock Orchestra (1975)

Músicas:
01. Legacy
02. Slaughter on Tenth Avenue
03. Synergy
04. Relay Breakdown
05. Warriors

Músico, Compositor, Produtor, Arranjador, Engenheiro e Programador:
Larry Fast usa:
Geradores de Som:
Mini Moog, Oberheim Expander Module, Mellotron

Controles de Função:

Mini Moog Systems, Oberheim Expander Module, Oberheim DS-2 Digital Sequencer, Assorted Custom Control Devices, Galvanic Skin Response Voltage Controller, ARP-2600

Processamento de Sinal:

Mini Moog, Oberheim Expander Module, 360 Systems 20/20 Frequency Shifter, Musitronics Phase Shifter, Eventide Clockworks Instant Phaser, Eventide Clockworks Digital Delay.

[Obrigado = Thanks]

terça-feira, 23 de março de 2010

Alceu Valença - Espelho Cristalino (1977)

Acho que vai parecer estranho para alguns dos caros visitantes desse mukifu, deparar-se com a presente postagem. Muitos certamente poderão questionar-se acerca das razões que me levaram a divulgar um material, em tese, "rotulado" por MPB num blog exclusivamente voltado para o Rock, Blues, Jazz e Progressivo.

Porém, este álbum do Alceu Valença, na minha particular opinião, não faz parte daquelas obras que normalmente "rotulariamos" por MPB. Neste álbum, o "mago" Alceu, incorpora em seu cadinho, além de uma significativa porção de folclore nordestino brasileiro, uma generosa porção de rock, promovendo assim, um inusitado e original "fusion" entre o folclore nordestino e o Rock. Trata-se de um complexo e profundo arranjo musical, capaz de realizar a magistral alquimia da "transmutação" de estilos musicais absolutamente distintos,  resultando na completa impossibilidade de se determinar onde termina um e onde começa o outro.

Com letras poéticas repletas de conteúdo político e crítico, uma vocal "arretado" e por vezes até feroz, um conjunto de músicos excepcionais e de altíssima qualificação técnica, esse álbum se revela único e imperdível. Infelizmente este álbum, não chegou a agradar ao público habitual de Alceu. Acredito que o "alto teor" de rock envolvido na composição desse álbum, tenha de certa forma, afastado o seu público e este, por não conseguir entender a proposta musical, também não se interessou em adquirí-lo. É uma lástima, pois na minha opinião este álbum é um dos melhores trabalhos do "mago" Alceu, senão, o melhor.

Não vou tecer qualquer comentário especial sobre as músicas que compõem o álbum, uma vez que ao meu ver, todas são excelentes, mas não seria justo deixar de informar que a ainda atualíssima música "Espelho Cristalino" foi dedicada ao agrônomo, ecologista, indigenista e naturalista brasileiro Augusto Ruschi (1915-1986). "Augusto Ruschi era autoridade mundial em beija-flores e orquídeas; foi um dos primeiros homens a denunciar os efeitos danosos do DDT (utilizado na agricultura) sobre a natureza; a enfrentar a ditadura militar e denunciar o início da derrubada da Floresta Amazônica; a prever a escassez de água no mundo; a prever o aquecimento global; a denunciar o efeito danoso da agricultura em larga escala, com fertilizantes e agrotóxicos. Atribui-se ao brasileiro a idéia original das reservas ecológicas como espaços de preservação de espécies".

Existe ainda uma importantíssima questão de natureza política que não posso deixar de comentar. Este álbum foi lançada em 1977 e naquela época o Brasil era governado pelo General Ernesto Geisel que assumiu o governo de 1974 a 1979 e segundo os "livros didáticos" deu os primeiros e tímidos passos (um para frente e dois para trás) em direção à "abertura democrática" ou como pomposamente foi chamada: "Distensão lenta, segura e gradual". Esse detalhe histórico político deve estar sempre presente na mente do ouvinte, de forma a perceber as sutis questões abordadas pelo grande Alceu, Don Tronxo e Zé Ramalho.


Espelho Cristalino (1977)

Músicas:
01. Agalopado (Alceu Valença) (*)
02. Maria dos Santos (Don Tronxo - Alceu Valença) (*)
03. Anjo de Fogo (Alceu Valença) (*)(***)
04. Veneno (Rodolfo Aureliano - Alceu Valença) (**)(*)
05. Espelho Cristalino (Refrão do folclore alagoano - Alceu Valença) (**)(***)(.)
06. Eu sou Você (Alceu Valença) (**)(##)
07. A Dança das Borboletas (Alceu Valença - Zé Ramalho) (**)
08. Sete Léguas (Alceu Valença) (**)(#)

Músicos:
Alceu Valença: Voz, Violão
Paulo Rafael: Guitarra, Viola (***)
Dicinho: Baixo
Israel: Bateria
Ivinho: Viola (*)
Hermann Torres: Viola (**)
Chiquinho: Acordeon
Beto Saroldi: Flauta, Pífaro
David:Pífaro
Agricio Noya: Maracas, Bongô, Guizos, Reco-Reco, Agôgôs, Triângulo
Louro: Zabumba, Agôgôs (#), Triângulo (##)
Emmanuel Cavalcanti: Coco de Embolar (.)

Coro em "Maria dos Santos", "A Dança das Borboletas" e "Espelho Cristalino ":
Tania Alves, Elba Ramalho, Marlui Miranda, Tinhazinha e Odaires.

[Obrigado = Thanks]

domingo, 21 de março de 2010

Roy Buchanan - You're Not Alone (1978)

Roy Buchanan, sem sombra de dúvida alguma, ainda é um dos maiores guitarristas de Blues de todos os tempos e por contraditório que possa parecer, ainda hoje continua  sendo um dos menos conhecidos guitarristas de Blues do mundo.

Conheci sua técnica, sua genialidade e sua sensibilidade através do álbum divulgado nessa postagem. Esse álbum foi-me indicado pelo grande amigo Beto (da Bausack Discos) - profundo conhecedor de Blues. Com o tempo fui adquirindo alguns outros álbuns do Roy Buchanan e só então, pude constatar que esse álbum é uma exceção na discografia de Roy Buchanan, mas por isso mesmo fundamental.

Rapidamente vou contar algumas passagens da história desse genial músico, de forma que fique mais evidente sua importância no cenário do blues.
 Em 23 de setembro de 1939, nasceu Leroy Buchanan (Roy Buchanan), na cidade de Ozark, Arkansas. Dois anos após seu nascimento, sua família se muda para a cidade de Pixley, California, onde Roy é criado. Aos cinco anos de idade, Leroy já sabia fazer alguns acordes e aos nove anos adquiriu uma Rickenbacker lapsteel e começou a ter aulas com uma professora itinerante. Somente após três anos de aula, é que sua professora descobriu que Roy nunca tinha aprendido a ler música. Em vez disso, ele aprendeu suas lições de ouvido e repetiu-lhes nota-por-nota. Esse fato acarretou no encerramento oficial de suas aulas e Roy dedicou-se então a aprender a arte da steel guitar ouvindo os grandes instrumentistas daquela época, reproduzindo com absoluta fidelidade as músicas de seus ídolos. Em meados dos anos de 1950, com pouco mais de 15 anos, inicia sua carreira profissional como guitarrista.

Durante os anos 60 tocou com diversos artistas e no final daquela década, formou sua primeira banda "Buch & the Snakestretchers". Roy ao longo da década de 60,  já havia conseguido uma sólida reputação entre renomados e prestigiados músicos, inclusive com públicos elogios de John Lennon e Eric Clapton. Mas foi em 1971 que alcançou notoriedade nacional com a divulgação de seu trabalho num documentário de uma hora intitulado "O Melhor Guitarrista Desconhecido No Mundo", o que lhe rendeu ainda, um contrato com a Polydor, onde gravou os álbuns: "Roy Buchanan" (1972), "Second Album" (1973), "That's What I Am Here For" (1974), "Rescue Me" (1974) e "Live Stock" (1975).

A partir de 1976, grava pela Atlantic inúmeros outros álbuns, até que em 1981, decide-se por não entrar mais num estudio novamente, a menos que tivesse a liberdade de gravar sua música à sua maneira. Demorou um pouco para ser contratado pela Alligator, onde segundo ele "- Finalmente estava tocando suas músicas como desejava".

Embora Roy tenha se utilizado de muitas guitarras ao longo de sua carreira, ficou associado a sua Fender Telecaster (1953) apelidada de "Nancy". Em uma entrevista, Roy relata que numa certa manhã, um sujeiro passou pela frente da barbearia onde trabalhava de dia, com uma velha Fender Telecaster debaixo do braço. Roy estava bem no meio de um corte de cabelo, mas ao observar o sujeito com a guitarra, sentiu que aquela era sua guitarra. A paixão pela Telecaster foi tão forte que abandonou o cliente na cadeira e foi para rua, perguntar ao sujeito onde ele havia comprado aquela guitarra. Naquele mesmo dia, antes do sol se pôr, já estava tocando com sua Fender Telecaster.

Inquestionavelmente Roy Buchanan detinha uma técnica original e refinadíssima, capaz de promover uma sincera e profunda admiração por parte de muitos músicos, como por exemplo Jeff Beck, que dedicou a Roy Buchanan, sua versão de "Cause We're Ended As Lovers", contida no álbum Blow by Blow (1975).

Não entendo nada de técnicas de guitarra, suas nomenclaturas ou qualquer informação mais aprofundada sobre a matéria, mas no entanto, sei distinguir, pela simples audição, o que é bom, original, raro e inovador. Só mesmo ouvindo os trabalhos do grande Roy Buchanan, para entender o que estou tentando transmitir nessas mal traçadas linhas, que por incapacidade minha, sinto que não fazem justiça a esse grande mestre da guitarra.

Infelizmente, Roy Buchanan em 14 de agosto de 1988, foi preso por embriaguez. Na manhã seguinte, foi encontrado pendurado pelo pescoço por sua própria camisa em sua cela no Condado de Fairfax, Virgínia. A sua morte foi oficialmente registrada como suicídio, porém essa "conclusão" foi contestada por amigos e familiares de Buchanan. Um de seus amigos, Marc Fisher, relatou ter visto o corpo de Roy, com hematomas na cabeça. Desde então, ficamos sós!

You're Not Alone (1978)

Músicas:
1. The Opening...Miles From Earth
2. Turn to Stone
3. Fly...Night Bird
4. 1841 Shuffle
5. Down By The River
6. Supernova
7. You're Not Alone

Músicos:
Roy Buchanan: guitarra;
Ray Gomez: acoustic & electric guitars;
Willie Weeks: baixo;
Andy Newmark: Bateria

[Obrigado = Thanks]

Visando melhor ilustrar o trabalho do grande Roy Buchanan, seguem em um arquivo separado, quatro verdadeiras obras-primas, que julguei necessário divulgar, considerando que o  álbum "You're Not Alone", não reflete toda a genialidade e a técnica desse brilhante guitarrista. Não deixe de ouvir, são apenas quatro magistrais e absolutamente distintos exemplos de como se toca guitarra.  O cara é excelente. Só não "baixa" quem já tem ou não gosta de Blues!

Bônus:
01. Sweet Dreams (3:32)
02. The Messiah Will Come Again (5:53)
03. I'm Evil (6:15)
04. Hey Joe (8:19)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Saint-Preux - Le Piano Sous La Mer (1972)

Talvez o caro visitante não conheça o compositor de música contemporânea erudita, o francês Saint-Preux (1950), cujo verdadeiro nome é Christian Langlade, mas certamente, conhece, pelo menos em parte, sua mais famosa composição "Concerto pour une voix". De fato essa composição é tão conhecida, que até algumas plantas devem conhece-la, no entanto, para facilitar as coisas, estou incluindo ao arquivo, o tema principal como (bonus) para aqueles que não estão ligando o nome a pessoa, no caso, a obra.

Saint-Preux começou ainda cedo a compor e ainda na sua juventude, em agosto de 1969, participou do Festival Internacional da Canção de Sopot, na Polônia. Contando então 19 anos de idade, conduziu com sucesso uma orquestra sinfônica e ganhou um prêmio com a sua primeira grande composição "La valse de l'enfance".

Em razão da grande aceitação e valorização de sua primeira composição, Saint-Preux trabalhou arduamente em sua segunda composição "Concerto pour une voix", gravando-a e lançando-a no mesmo ano (1969). Embora, na maioria das vezes o fato de vender muito, não seja necessariamente sinônimo de qualidade, nesse caso, trata-se de uma obra erudita magnífica, chegando a vender mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo.

Com a grande aceitação da obra "Concerto pour une voix" (Concerto para uma voz), Saint-Preux ganhou amplo reconhecimento, colocando o jovem compositor, na vanguarda da cena musical clássica popular.

Sua discografia é relativamente extensa e em sua esmagadora maioria é basicamente voltada para a musica clássica popular. No entanto em dois álbuns "Le Piano Sous La Mer" (1972) e "To be or Not" (1980), Saint-Preux decidiu-se por reformular a estrutura dos instrumentos normalmente utilizados em outras obras, incorporando, nesses dois álbuns, baixo, guitarra, bateria, sintetizadores e efeitos sonoros, além de reduzir drasticamente o número dos instrumentos sinfônicos convencionais.

Resultam dessas duas distintas experiências, duas obras absolutamente singulares, com pitadas de rock, progressivo e eletrônico, mas sem no entanto, eliminar por completo a música clássica popular. Motivo pelo qual, somente recomendo sua audição, em especial o "Le Piano Sous La Mer" aos verdadeiros apreciadores da música clássica popular.

Por último, porém não menos importante, vale salientar que o álbum "Le Piano sous la mer" vendeu mais de 3 milhões de cópias e no meu entender, como apreciador de música clássica popular, trata-se de uma magnífica obra que tem uma incontestável relevância no cenário musical.
  
Le Piano Sous La Mer (1972)

Músicas:
01. Le Depart
02. Le Voyage
03. L'Appel De La Sirene
04. La Tempete
05. Le Naufrage
06. Le Piano Sous La Mer (I)
07. Le Piano Sous La Mer(II)
08. Le Concert Sous-Marin
09. La Rencontre
10. L'Ivresse Des Profondeurs
11. Le Gouffre Amer
12. L'Abime
13. Concerto pour une voix (Bonus)

Músicos:
Violino I: Patrice Mondon
Violino II: Michel Guyot
Alto: Alain Dubois
Violoncelo: André Rolland
baixo: Henri Woitkowiak
Flauta: Thomas Prévost
Piano: Saint-Preux
Guitarra: Claude Engel
Guitarra base: Antoine Rubio
Bateria: Pierre-Alain Dahan
Voz: Christian Padovan
Orquestração de Saint-Preux

[Obrigado = Thanks]

quarta-feira, 10 de março de 2010

Acqua Fragile - Acqua Fragile (1973)

Essa banda italiana de progressivo sem dúvida alguma merece um lugar de destaque entre as incontáveis bandas de progressivo italianas. Infelizmente a banda só gravou dois álbuns: "Acqua Fragile" (73) e "Mass Media Stars" (74). Ambos são excelentes álbuns, repletos de variações temáticas, belos teclados, agradáveis arranjos vocais e muita competência, originalidade e criatividade. Porém, inexplicavelmente a banda não conseguiu projetar-se o suficiente no mercado fonográfico do progressivo a ponto de estabilizar-se e desenvolver um maior número de álbuns e esse lamentável incidente não foi por falta de apoio, uma vez que ambos os álbuns de estúdio foram produzidos pelo PFM.

Existe um terceiro álbum do Acqua Fragile "Live In Emilia - Spring 75", lançado em 1994, com sete músicas do 1º e 2º álbuns mais três músicas inéditas: "Take 9", "Prelude in C Major" e "The End". A banda nesse trabalho ao Vivo, manteve basicamente a mesma formação, com exceção do tecladista que foi substituído por Joe Vescovi. Por não conhecer o material, não posso informar mais que isso.

Este primeiro álbum combina elegantemente o Folk e o Progressivo, e quem ainda não conhece o "Acqua Fragile" poderá surpreender-se com as inesperadas fontes sonoras as quais recorreram seus integrantes para expressarem-se. Logo na "Comic Strip" é impossível não notar a semelhança com o "Gentle Giant". A faixa "Science Fiction Suite", bem que poderia ser um folk nos moldes de "Crosby, Stills and Nash". "Morning Comes" e "Three Hand Man" guardam alguma semelhança com os primeiros álbuns do "Genesis", mas sem no entanto, abandonar o bom tempero italiano que permeia as composições.

Uma das características mais marcantes neste álbum do A.F., contrariando a opinião de muitos outros divulgadores de progressivo, são os belos, agradáveis e originais vocais de Bernardo Lanzetti que funcionam com exemplar eficiência e elegância com a banda, fato que infelizmente não ocorreu, quando juntou-se ao Premiata Forneria Marconi no álbum "Chocolate Kings" somente vindo a integrar-se eficientemente ao PFM no álbum "Jet Lag".

Trata-se de um excelente álbum, que também fez parte da programação da saudosa rádio Eldo Pop e certamente quem não conhece a banda, mas escutou algumas de suas obras pela rádio, não vai deixar de "viajar" ao passado com esse trabalho.

Acqua Fragile (1973)

Músicas:
01. Morning comes
02. Comic strips
03. Science Fiction Suite
04. Song from a picture
05. Education story
06. Going out
07. Three hands man

Músicos:
Bernardo Lanzetti: Vocal, Guitarra
Gino Campanini: Guitarra, Violão, Vocal
Maurizio Mori: Teclados, Vocal
Franz Dondi: Baixo
Piero Canavera:     Bateria, Violão e Vocal

[Obrigado = Thanks]

Acqua Fragile - Mass Media Stars (1974)

Este é o segundo e último álbum do Acqua Fragile. O eventual visitante que decidir-se por "baixar" o material deve preparar-se para uma rápida e agradável "viagem". Antes de executar os arquivos (de preferência sempre em sua ordem original), pegue logo aquela "cerva" gelada que deve estar escondida no fundo da geladeira (serve um bom vinho ou mesmo um whisky), acenda a sua "erva" preferêncial (cigarro, charuto, cachimbo ou similares), aumente o volume, acomode-se e pronto. Voce agora esta preparado para ouvir e degusta essa maravilha de álbum.

Diferentemente do primeiro álbum, este é um trabalho essencialmente progressivo, repleto de movimentos, sabores, cores e arranjos desconcertantes e surpreendentes, que navegam ora pelo folk, pelo rock, pelo jazz e como não podia deixar de ser pelo progressivo. É um álbum "nervoso", corrido, inquieto, pulsante, vivo,  delirante e exemplar.

Cabe ainda uma observação final, tal como no álbum inaugural, os arranjos vocais são de grande influência no andamento das composições e como as vozes de Lanzetti não agradam a alguns dos admiradores do progressivo, não é difícil, por conta disso, encontrar-se pela rede comentários desfavoráveis ao Acqua Fragile. Por tal razão, se o visitante não for preconceituoso e tiver a capacidade de forjar suas próprias conclusões, não perca essa oportunidade. Particularmente esse é o meu álbum predileto da banda e recomendo sua audição.

Esta é a segunda vez que publico esta postagem, por causa da infame "caça" promovida pela DMCA (Digital Millennium Copyright Act), que insiste em impedir a livre divulgação da cultura, sob a alegação de estar defendendo os Direitos Autorais.

O link da postagem, certamente resultará em erro, informando que o arquivo não existe ou foi deletado, não se preocupe com essa mensagem, ela é falsa. Consulte a página autônoma "Arquivo Morto", localizada no topo da página do blog, para maiores esclarecimentos e procedimentos.

Mass Media Stars (1974)

Músicas:
01. Cosmic mind affair
02. Bar gazing
03. Mass-media stars
04. Opening act
05. Professor
06. Coffee song    

Músicos:
Piero Canavera:     Bateria, Percussão, Violão, Vocal
Gino Campanini: Guitarra, Mandolin, Vocal
Bernardo Lanzetti: Vocals, Guitarra e Viola de 8 cordas
Franz Dondi: Baixo
Maurizio Mori: Teclados
Claudio Fabi: Piano on "Opening Act"

[Obrigado = Thanks]

terça-feira, 9 de março de 2010

Podemos viajar ao Futuro?

Talvez uma boa parcela das pessoas, nunca tenham se dado conta que ao observarem as estrelas, estão, na verdade, testemunhando e presenciando o passado.

É quase certo que a grande maioria das pessoas, já tenham, em algum momento, observado Alnitak, Alnilam e Mintaka, vulgarmente conhecidas como as “Três Marias”, que integram a Constelação de Orion, assim como Betelgeuse, Rigel e outras. No entanto, poucas pessoas sabem que a luz de Betelgeuse leva 275 anos para atingir a Terra. Rigel, está ainda mais distante à 540 anos luz da Terra.

Em suma, isso quer dizer que quando olhamos para as estrelas, estamos na realidade vendo-as como eram, e o nosso “Agora”, não é o mesmo “Agora” de Betelgeuse ou Rigel. Se por alguma razão, Rigel deixasse de existir, somente tomaríamos conhecimento de seu triste destino daqui a 540 anos.

Esse simples fato, já é por si só, suficiente para exemplificar, a completa impossibilidade de dissociação entre o espaço e o tempo. O mesmo princípio aplica-se as pessoas e aos objetos, que devem ser considerados como existindo (no mínimo) em 4 dimensões: Largura, Espessura, Comprimento e Tempo. “Mas para captar a noção de Tempo é essencial compreender que o Tempo não se escoa. É a matéria e a consciência que se movem através do Espaço-tempo.”

Todos sabemos que a duração do dia é determinada pela velocidade de rotação da Terra em torno se seu eixo, e que uma hora representa um arco de 15 graus na rotação diária da Terra.

Porém, eventualmente podemos “compreender” o tempo de formas diferentes, variando sua percepção ao sabor das circunstâncias. Algumas vezes temos a impressão que o Tempo “passa” mais lentamente, outras vezes, o Tempo parece “fluir” mais rapidamente, mas certamente, essas impressões são de ordem meramente psicológica.

A rápida passagem do Tempo durante os sonhos é outro estranho fenômeno psicológico que carece de um estudo mais aprofundado. Podemos também constatar que o Tempo “passa” mais devagar para um grupo de pessoas que se vejam privadas dos estímulos relativos aos ciclos naturais do alvorecer, entardecer e do anoitecer, como se verifica com freqüência, com espeleólogos, que habitam por longos períodos de tempo no interior de cavernas.

Visando facilitar a exposição do tema, tomemos inicialmente, para efeitos ilustrativos, a Fita de Moebius. Para aqueles que não a conhecem, trata-se de uma simples tira de papel, longa o suficiente para que se possa torcê-la de tal forma (aproximadamente 180°), que possibilite que suas extremidades sejam coladas. Após as suas extremidades terem sido coladas, a Fita deverá assemelhar-se ao símbolo do infinito, ou seja, o número oito deitado, mas, no entanto, tri dimensional.

A Fita de Moebius, possui uma característica peculiar. Escolha um ponto qualquer de partida e trace, com um lápis, uma linha sobre a sua superfície sem retirar o lápis da superfície inicialmente escolhida. Você perceberá então, que para chegar ao ponto inicial de partida, terá necessariamente que passar pelas duas superfícies, ou faces, da mencionada Fita.

Partindo da premissa que o leitor tenha confeccionado uma Fita de Moebius e, portanto tenha observado e comprovado o acima mencionado, iniciarei a abordagem da teoria sobre o passado, o presente e o futuro.

Quando escolhemos um ponto aleatório na Fita de Moebius, estamos teoricamente determinando, para efeito de compreensão da teoria, um ponto inicial que chamaremos de “Presente”, ou o “Agora”. A medida em que é iniciada a ação de deslocar o lápis sobre a Fita, deixasse uma linha sobre a superfície da Fita  (representando o passado) e o nosso “Agora”, deixa de ser aquele ponto inicial, deslocando-se para a ponta do lápis que permanecerá movendo-se ao longo da Fita por um período de tempo indeterminado.

Então, basicamente o chamado “Futuro”, seria o resultado lógico da infindável corrente de eventos que já se efetivaram e que em algum momento, foram as determinantes do “Agora”. O “Agora”, por sua vez, estará estabelecendo ininterruptamente e indefinidamente, inúmeras e incalculáveis expectativas e probabilidades, em conjunto com o acaso e o livre arbítrio, esses eventos ao se “cristalizarem” pertencem ao passado, porém  também determinam, por assim dizer, o que convencionamos chamar de “Futuro”.

Se assim não for, seremos obrigados a aceitar a teoria do destino, como norteadora de toda existência Universal. Ou seja, o chamado ”Futuro”, na concepção daqueles que admitem o destino, já estaria pronto, definitivo e imutável, esperando-nos placidamente. Em outras palavras, o fenômeno destino, retiraria, da concepção humana, o sentido das palavras, aprendizado, liberdade, arbítrio, desenvolvimento, dentre uma infinidade de outras. Seríamos então, do macro ao micro, meros fantoches, submetidos a uma “vontade superior”?. E em sendo assim, uma pergunta crucial não poderia deixar de ser formulada: - Quem ou o que determinaria o destino? Quem ou o que manobra os fatos e puxa as cordas das marionetes? Essa linha de raciocínio não me agrada e não atende às minhas dúvidas. 

Parece tudo muito complicado. Mas é exatamente aqui que cabe uma outra pergunta: – O que efetivamente determina, ou melhor, difere os chamados “Passado”, “Agora” e o “Futuro”?

Seria o segundo? O segundo, cientificamente, é o lapso de tempo durante o qual o átomo de césio efetua 9.192.631.770 oscilações. Essa ordem de grandeza, está muito além da nossa capacidade de compreensão. Por outro lado, pode representar, ainda que simbolicamente, a magnitude dos eventos, prováveis, possíveis e improváveis contidos nessa unidade temporal.

Na minha singela opinião, o ”Futuro” está sendo cristalizado sob a forma do eterno e consecutivo “Agora”! O “Agora” não pré existe, ele depende de toda uma cadeia de eventos, ações ou inações, para poder chegar a ser o “Agora” e em decorrência, tudo que se concretiza no “Agora”, tornar-se necessariamente parte do passado.

Imaginemos que somente aqueles eventos que se consumam, tornam-se imediatamente em passado. Aqueles que não chegam a se “cristalizar”, não existem e, por conseguinte, não serão gravados na espiral tempo-espaço."Lembre-se da linha deixada pelo lápis na fita de Moebius".

Logo, uma vez que somente os eventos que efetivamente venham a se “cristalizar”, seriam efetivamente “gravados” na espiral do tempo-espaço, portanto, não seria incorreto, ou temerário postular a completa impossibilidade de alterar-se o “Passado”. Tendo em vista que as demais probabilidades que eventualmente poderiam alterar o rumo dos fatos, por não terem se "cristalizado", simplesmente, não existem! Não chegaram a ser “gravados” na espiral tempo-espaço.

Particularmente, acredito, que num futuro distante, poderemos, algum dia, "Ler" o “Passado”, mas não seremos notados por seus protagonistas. Seremos, para eles, invisíveis, seremos meros expectadores, pois não fazemos parte daquele “momento” não estamos por assim dizer “gravados” na espiral tempo-espaço e, portanto, não existimos naquela eventual “região temporal”. Não nos sendo portanto, possível alterar o desenrolar dos fatos.

O “Futuro”, por igual razão, torna-se impossível de ser conhecido, previsto, desvendado ou mesmo “visitado”, como tanto desejam os amantes da ficção científica.

No meu entender, o “Futuro” não existe! O Futuro não passa de uma abstração teórica. Podemos quando muito, ponderar sobre as inúmeras probabilidades para o “Futuro”. No entanto a magnitude dos eventos, ações, inações, acasos, probabilidades, impedem o seu exato e real conhecimento, inviabilizando, portanto, qualquer tentativa de acesso ao que ainda não existe! Ou em outras palavras, como podemos imaginar ou conhecer alguma coisa que ainda não aconteceu ou que talvez nunca aconteça e que está necessariamente restrito a ocorrência ou não de inúmeras  infindáveis e desconhecidas probabilidades!

Atualmente, muitos cientistas, convictos das inúmeras probabilidades determinadoras  e implícitas para o Futuro, apontam para a teoria dos universos paralelos (Multiverso em oposição a concepção do Universo), onde, para cada teórica e eventual probabilidade, corresponderia a um determinado espaço-tempo, onde tudo seria replicado, porém, cada qual com suas próprias e distintas "realidades", ou seja, para cada universo paralelo, os "Presentes" poderiam ser de moderados a absolutamente distintos entre sí. Considerando-se que essa concepção (Multiverso) seja confiável e supondo-se ainda hipotéticamente, a concreta viabilidade da viagem pelo tempo (Passado ou Futuro) fica mais claramente evidenciada a impossibilidade de realizar-se qualquer alteração no Passado ou visita ao Futuro, pelo simples fato de não podermos determinar com absoluta certeza em qual dos Multiversos, dos incontáveis eventualmente existentes efetivamente estaremos, e qualquer tentativa de modificação dos fatos passados, poderia quando muito, eventualmente afetar a apenas alguns dos universos paralelos, mostrando-se absolutamente inócua para outros.    

Com certeza, alguns dos eventuais leitores dessa longa postagem, que tiveram a boa vontade e a paciência de ler e tentar acompanhar e compreender o presente texto, levantarão, como argumento contestatório, as famosas Centúrias de Miguel de Nostradamus.

No entanto, para desgosto dos defensores da “clarividência”, grande parte das quadras escritas por Miguel de Nostradamus, nunca puderam ser decifradas, talvez até, por não terem sido adequadamente compreendidas, por estarem propositalmente escritas em um francês arcaico e hermético. Porém, ao que tudo indica, e isso é um fato incontestável, muitas das quadras, talvez nunca venham a ter qualquer relação com os acontecimentos históricos.

Para piorar a situação, Miguel de Nostradamus, não classificou as Centúrias em ordem cronológica, e na maioria das vezes, torna-se impossível relacionar suas “profecias” com os acontecimentos históricos atuais.

Também não podemos deixar de mencionar, que a totalidade das pretensas “previsões”, só se tornaram inteligíveis, após o acontecimento dos fatos, quando estes fatos já se tornaram "passado" o que por si só, faz-nos crer que o que houve na realidade, foi uma “interpretação”, ou melhor dizendo, uma “acomodação” das pretensas “revelações” aos fatos históricos.

Era isso ai!
Pax, Harmonia et Sapientia

P.S. Esse texto foi originalmente escrito em 2007 e apenas os trechos em itálico foram acrescentados nessa data. O presente texto não pretende discutir ou contestar a Teoria da Relatividade. Trata-se apenas de uma divagação teórica e abstrata, desenvolvida por uma mente insignificante e que algumas vezes apresenta sinais de insanidade.

Billy Cobham - Spectrum (1973)

Primeiro álbum solo do genial baterista panamenho Billy Cobham. Esse trabalho, certamente é o mais divulgado, conhecido e admirado por grande parte dos admiradores do Jazz Rock e do Fusion.

Billy Cobham começou sua carreira tocando jazz rock com Miles Davis e posteriormente foi um dos membros fundadores da lendária Mahavishnu Orchestra. Cobham conta com uma extensa e gloriosa discografia, encontrando-se em plena atividade nos dias de hoje.
"Spectrum" tem uma sonoridade mais agressiva, comparada aos álbuns que o sucederam. As "cores" do rock são mais "carregadas" e são brilhantemente aproveitadas pelos músicos participantes, em especial pelo saudoso guitarrista Tommy Bolin (1951-1976 "- mais um por overdose") que com esse trabalho "desperta" a atenção de renomadas bandas como "James Gang" e "Deep Purple", sem deixar de mencionar os exemplares e sempre virtuosos teclados de Jan Hammer que fervilham com extrema desenvoltura entre o rock e o jazz.

Trata-se de um verdadeiro clássico do jazz rock, no qual Billy Cobham com originalidade, genialidade, habilidade e uma técnica refinadíssima, forja uma peculiar linguagem para o jazz rock, permanecendo atual e original até os dias atuais. 
 

Spectrum (1973)

Músicas:
01. Quadrant 4
02. a. Searching For The Right Door
      b. Spectrum (*)
03. a. Anxiety
      b. Taurian Matador
04. Stratus
05. a.To The Women In My Life
      b.Le Lis (**)
06. a. Snoopy's Search
      b. Red Baron

Músicos:
Billy Cobham: Bateria e percussão
Tommy Bolin: Guitarra
Jan Hammer: Piano elétrico, Piano acústico e Moog
Lee Sklar: Baixo
Joe Farrell: Flauta, Sax soprano (*) e Sax Alto (**)
Jimmy Owens: Flugelhorn (*) e Flugelhorn e Trompete (**)
John Tropea: Guitarra (**)
Ron Carter: Baixo acústico (*) e (**)
Ray Barreto: Congas (*) e (**)

[Obrigado = Thanks]

segunda-feira, 8 de março de 2010

Billy Cobham - Crosswinds (1974)

Esse é o segundo álbum solo do grande baterista Billy Cobham, mas infelizmente é um álbum muito pouco divulgado. Acredito que isso se deva ao fato de trata-se de um trabalho mais voltado para o fusion, com uma nítida predominância do jazz, com muitas passagens mais introspectivas e técnicas, além de possuir um acentuado tempero latino o que na maioria das vezes, pode não agradar ao mesmo público que admira o álbum que o antecedeu ("Spectrum").

Adquiri esse álbum entre 1977/78 aproximadamente (de segunda mão na Bausack Discos) e logo de cara  foi um trabalho que muito me agradou. Como sou um admirador do jazz (em todas as suas vertentes), não foi difícil considerá-lo um dos melhores trabalhos do grande Cobham, principalmente a faixa "Heather", a mais bela, introspectiva e sensível composição do álbum, onde os solos de Michael Brecker são literalmente de "arrepiar". Essa faixa em especial é expressamente dedicada a duas pessoas Carolyn e Jack, mas infelizmente os créditos do álbum, não informam a motivação para tal dedicatória.

Outra informação que julgo relevante é que a belíssima imagem da capa foi capturada em foto pelo próprio Billy Cobham, o que de certa forma, revela-nos mais uma faceta artística desse genial baterista.

Se o visitante é um admirador do jazz, não deixe de aproveitar essa oportunidade pois além de ser um álbum exemplar é um material relativamente difícil de achar na rede, muito pouco divulgado e por conseguinte pouco conhecido. Particularmente, considero o "Crosswinds" e o "Total Eclipse" melhores que o "Spectrum", mas isso na verdade pouco importa, pois no final são três álbuns magníficos.

Crosswinds (1974)

Músicas:  
1. Spanish Moss - "A Sound Portrait" (17:08)
    a. Spanish Moss (4:08)
    b. Savannah the Serene [solos:Garnett Brown e George Duke] (5:09)
    c. Storm [solo:Billy Cobham] (2:46)
    d. Flash Flood [solos:Randy Brecker e John Abercrombie] (5:05)
 2. The Pleasant Pheasant [solos:Lee Pastora, Michael Brecker, George Duke e B. Cobham] (5:11)
 3. Heather [solos:George Duke e Michael Brecker] (8:25)
 4. Crosswind [solo:John Abercrombie] (3:39)

Músicos:
Billy Cobham: Bateria, percussão
John Abercrombie: Guitarra, Violão
Michael Brecker: Woodwinds
Randy Brecker: Trompete
Garnett Brown: Trombone
George Duke: Teclados
Lee Pastora: Percussão latina
John Willians: Baixo acústico

[Obrigado = Thanks]

quinta-feira, 4 de março de 2010

Novalis - Banished Bridge (1973)

Novalis para quem ainda não conhece é uma excelente banda alemã de progressivo sinfônico e no meu entender é a banda que melhor representa o progressivo sinfônico alemão. A originalidade das composições e o bom gosto na elaboração da estrutura melódica, aliadas ao virtuosismo de seus integrantes, conferem aos seus álbuns uma característica relativamente rara. Embora seus álbuns possam possuir 3, 4, ou mais músicas, elas são de tal forma conexas e encadeadas, não permitindo ao ouvinte definir uma clara preferência por qualquer uma delas. Novalis cria verdadeiras suites que, como tal, devem ser ouvidas em sua totalidade. Novalis possui em sua discografia, pelo menos quatro magistrais álbuns, que devem obrigatoriamente fazer parte do acervo daqueles que apreciam o estilo, são eles: "Banished Bridge" (73), "Novalis" (75), "Sommerabend" (76), "Brandung" (77). Infelizmente não conheço todos os outros álbuns que compõem a discografia dessa banda, mas acredito que sejam igualmente de alta qualidade.

Em latim o termo novalis,is significa: "terra deixada em descanso por um ano". No entanto a banda provavelmente foi "batizada" Novalis, em homenagem ao filósofo e escritor alemão, Georg Philipp Friedrich von Hardenberg (1772 - 1801), mais conhecido pelo pseudônimo Novalis (nome que foi utilizado por sua família). Novalis foi um dos mais importantes representantes do romantismo alemão no final do século XVIII e o criador da famosa simbologia da "Flor Azul", um dos símbolos mais duráveis do movimento romântico, certamente em razão de sua inatingibilidade, sob o ponto de vista natural. 

Talvez em razão de sua triste história amorosa (permaneceu noivo por muitos anos com a jovem Sophie von Kühn, mas esta, acometida por uma séria enfermidade, veio a falecer em tenra idade, frustando os planos de matrimônio do jovem Novalis) esse fato acompanhou von Novalis por toda sua vida e refletiu-se em seus textos. Novalis também foi homenageado pelos astrônomos Cornelis van Houten e Ingrid van Houten-Groeneveld, quando em 24 de Setembro de 1960, descobriram um novo asteróide, no Cinturão de asteróides, uma zona do espaço entre Marte e Júpiter, denominando-o de Novalis (asteróide 8052).

Esse primeiro álbum é cantado em inglês, creio que por razões comerciais, visando uma maior aceitação nos países de língua inglesa. Posteriormente, passaram a cantar em sua língua pátria o que no meu entender, embora eu não entenda nada de alemão, contribuiu favoravelmente ao enriquecimento da sonoridade e ao consecutivo amadurecimento musical nos demais álbuns.

Em poucas palavras, trata-se de um trabalho progressivo sinfônico, repleto de influências de bandas italianas (principalmente nos teclados), uma pitada aqui e alí de ELP, Ekseption, dentre outras influências de significativa relevância, que juntas a incipiente, porém, promissora personalidade sonora do Novalis, consegue facilmente agradar aqueles que admiram o progressivo.  

Banished Bridge (1973)

Músicas:
01. Banished Bridge
02. High Evolution
03. Laughing
04. Inside Of Me (Inside Of You)

Músicos:
Jürgen Wenzel: Vocal e Violão
Heino Schünzel: Baixo
Lutz Rahn: Orgão, Piano, Mellotron, Sintetizadores
Hartwig Biereichel: Bateria e percussão

[Obrigado = Thanks]

Novalis - Sommerabend (1976)

Este é o terceiro álbum dessa genial banda que nos agracia com um progressivo extremamente viajante, um pouco espacial e etéreo. O clima narrativo da obra (outra vez em alemão), está plenamente apoiado nos magistrais teclados de Rahn e são de uma competência e originalidade exemplares. A complexidade dos sentimentos e dos acontecimentos são surpreendentemente traduzidos nos belos e suaves arranjos do teclado, definindo com exemplar elegância e originalidade toda a estrutura dessa magistral obra.

Como já mencionei na postagem relativa ao álbum "Banished Bridge", trata-se de uma suíte e nesse ponto, à contragosto, sinto-me obrigado a evidenciar uma das poucas vantagens do CD sobre o vinil. Interromper uma agradável "viagem" para executar o lado "B" do vinil (que contém a música Sommerabend) é de matar...

Gostaria de poder descrever com absoluta justiça e objetividade essa genial obra, porém, infelizmente me faltam palavras que possam de alguma forma sintetizar o seu brilhantismo. Sendo assim, resta-me apenas  a opção de expressamente recomendar sua audição e se possível obter todas as demais obras dessa genial banda, inclusive aquelas não mencionadas aqui nesse mukifu.

Sommerabend (1976)

Músicas:
1. Aufbruch
2. Wunderschätze
3. Sommerabend
a. Wetterleuchten
b. Am Strand
c. Der Traum
d. Ein neuer Tag
e. Ins Licht

Músicos:
Detlef Job: Guitarra, Vocal
Heino Schünzel: Baixo, Vocal
Lutz Rahn: Teclados
Hartwig Biereichel: Bateria

Link gentilmente informado por um visitante:

http://www.megaupload.com/?d=FOQOYEUW