terça-feira, 10 de maio de 2011

Campanha pelo desarmamento da população? Somos nós os criminosos?


Felizmente, para minha surpresa, nem todos os veículos de comunicação são "papagaios de pirata" a serviço de seus "afiliados" dos Poderes Legislativo e Executivo, conforme o mencionado na postagem de 23/04/2011 intitulada "Onde fica meu direito a Legítima Defesa". Existe pelo menos uma emissora que ainda tem a coragem de empunhar a bandeira da verdade, cumprindo com dignidade, coragem e honra o precípuo papel de um Jornalismo atuante, informativo, imparcial e principalmente independente.

Trazer à luz da verdade, mais uma inócua e débil providência patrocinada pelo Poder Público Federal, destinada, "em tese", a reduzir a criminalidade é o mínimo que o cidadão espera de um Jornalismo sério  e comprometido com a verdade.

Como se não bastasse a tendenciosa e flagrante manipulação dos números estatísticos acerca da eficácia dessa descabida campanha de desarmamento, somos forçados a concluir que o Poder Público não pretende combater o problema da violência e da criminalidade de forma objetiva e eficaz. Preferindo por colocar o peso dos números estatísticos e a responsabilidade pela violência nas costas do cidadão comum que possua uma arma.

A simplicidade e a fragilidade da argumentação, na qual se baseia essa farsa, ofende a qualquer cidadão, que ainda não tenha sido submetido a uma lobotomia televisiva. A tese do desarmamento da população, como eficaz medida ao combate a violência, traz em seu bojo não apenas a mentira ou a maliciosa distorção da verdade, ela se estende muito além, imputando a todo o cidadão que eventualmente possua uma arma, o leviano, preconceituoso e ilegal "rótulo" de "criminoso em potencial" e que portanto, deve ser desarmado.

Ora, em prevalecendo essa simplória "pérola do não pensamento", todo o motorista  que eventualmente beba , deverá por força daquele sofisma, entregar seus veículos automotores. Pois nada, absolutamente nada, impede que um dia ele venha a dirigir sob o efeito de álcool e em decorrência, provoque a morte ou incapacidade dele ou de terceiros. Os riscos, implícitos na superveniência de algum acontecimento danoso são exatamente os mesmos, em ambos os casos.

Mas a real e concreta gravidade da questão não se esgota aí. Lamentavelmente, fica no cidadão, ainda não lobotomizado, a certeza que nenhuma medida  será efetivamente tomada. O Poder Público não quer, e não vai se envolver nas questões primígenas, causadoras do vertiginoso crescimento da violência e da criminalidade. Seja por desfrutarem das vantagens econômicas a elas conexas, ou ainda, mas não menos grave, por simples conivência, despreparo, desinteresse ou incompetência.

E sendo assim, o comércio ilegal de armas, o combate as drogas, o combate a corrupção (em todos níveis dos Três Poderes), a atualização e adequação da nossa Constituição e das nossas Leis Penais, Processuais e de Execuções Penais, a educação (no seu sentido mais amplo), a concretização de condições mínimas de dignidade ao cidadão, tão cedo não serão objeto de qualquer atividade que implique em consideráveis e profundas modificações, capazes de reverterem nossa triste realidade. Continuarão sendo, como há muitos anos o são, um "mero" clamor popular, destinado a utilização política em época de eleição.

Em entrevista concedida ao Jornal da Band em 05/05/2011, o Promotor de Justiça Dr. Roberto Tardelli  evidencia e adverte sobre um relevante aspecto jurídico, brilhantemente expondo: “Nós vamos agora comprar a arma usada no crime logo após ser utilizada, destruir provas importantes e a possibilidade de elucidação de crimes. E mais, vamos pagar por isso”.

Segue finalmente o exemplar e corajoso Editorial da Rede Bandeirantes, veiculado no Jornal da Band em  5 de maio de 2011, que desmascara com total objetividade a demagógica, incoerente e ineficaz "campanha pelo desarmamento da população".