sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Änglagard - Buried Alive (1996)



Quem ainda não conhece essa banda de origem Sueca, certamente vai ficar impressionado com a sua qualidade musical. Arranjos primorosos, complexos, originais, bom gosto na elaboração da arquitetura temática, o inegável virtuosismo de seus integrantes, além é claro, de extremamente disciplinados. Esses elementos, são como a "Pedra Filosofal" dos alquimistas. Aqueles "escolhidos" que sabem manuseá-la, adquirem a capacidade  transmutar a matéria, o tempo e o espaço...

Não existe uma única banda no universo do Progressivo que se possa comparar com o estilo musical do Änglagard, que de fato é uma banda de personalidade única e forte. Freqüentemente, utilizo-me da analogia, na tentativa de melhor ilustrar a sonoridade das bandas aqui postadas,  mas isso se torna inviável em se tratando de Änglagard. Em que pese as dificuldades apontadas, vou arriscar-me, sob pena de severas críticas (fato que não ocorrerá, pois ninguém comenta nada!), que em determinados momentos, consigo distinguir uma sonoridade estrutural que se assemelha vagamente ao Gentle Giant, Gryphon, ELP, Goblin, King Krimson, dentre outros, mas o Änglagard, possui natureza própria, não se apropriando de nenhuma das linhas mencionadas.


Änglagard é suave e até mesmo erudito e no segundo seguinte, já sob o domínio de uma melodia sombria e tenebrosa, explode num progressivo, denso, violento e agressivo (quase destrutivo), para segundos depois, envolver o ouvinte numa suave e agradável melodia, repleta de minuciosos detalhes sonoros de guitarras, teclados, bateria (esse é o cara!), percussão, baixo (virtuoso), flautas e vocais (em Sueco).

Um outro fator que fascina é que não existem “estrelas” a brilharem mais que outras. Todos os integrantes têm uma participação fundamental no desenrolar dos acontecimentos e essa exemplar contribuição individual (todos participaram dos arranjos), torna o Änglagard digno de um lugar de destaque no universo do Progressivo.

Infelizmente, Änglagard possui apenas três álbuns: "Hybris" (92), "Epilog" (94) e "Buried Alive" (96). Todos esses trabalhos são excepcionais, no entanto, para efeito de amostragem, decidi postar o "Buried Alive" (96), que na verdade foi registrado em 1994 durante o Progfest. Esse álbum tem a vantagem de trazer na íntegra o "Hybris" (92) sem apresentar grandes variações em relação ao álbum de estúdio e ainda nos contempla com três músicas do "Epilog" (94).

 
Antes que algum "experto" me critique (pois se é pra reclamar de link expirado ou criticar, aí  tem cara  que sabe comentar!), vou explicar um detalhe, que certamente não passou desapercebido pelos que conhecem a discografia do Änglagard. A versão em CD do "Hybris" após o ano de 2000, incluiu a música "Gånglåt från Knapptibble” , como minha versão em CD é do ano de 1992, não possuo a mencionada música em CD que só foi gravada originalmente em 1994, motivo pelo qual considero-o integralmente contido no "Burried Alive". Mas como sou um cara magnânimo e generoso...(rsrsrsr) estou adicionando a música "Gånglåt från Knapptibble", como um singelo bônus do  Mercenário Maldito.

Enfim, Änglagard é uma experiência única e fascinante e embrenhar-se nessa “floresta sonora”, repleta de agradáveis surpresas é altamente viajante e recomendável.

Músicas:
1.  Prolog — 2:20
2.  Jordrök — 11:45
3.  Höstsejd — 14:03
4.  Ifran Klarhet Till Klarhet — 14:03
5.  Vandringar i Vilsenhet — 13:08
6.  Sista somrar — 9:04
7.  Kung Bore — 12:34
     Tempo Total: 72:16
8. Ganglat fran Knapptibble *
* Bonus

Músicos:
Tomas Jonson: Teclados, Mellotron, Hammond, Piano
Jonas Engdegard: Guitarras elétrica e acústica
Tord Kindman: Vocal, Guitarras elétrica e acústica, Mellotron
Johan Högberg: Baixo e Basspedals
Anna Holmgreen: Flauta e Mellotron
Mattias Olsson: Bateria e percussão

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