quarta-feira, 16 de junho de 2010

Finch - Glory Of The Inner Force (1975)

Essse é o primeiro álbum dessa genial banda holandesa, que funde com exemplar habilidade, competência e virtuosismo o progressivo, o hard rock e o jazz rock.

A sonoridade do Finch, no meu entender, é incomum e singular, não me parecendo possível servir-me da analogia, para tentar descrever ou mesmo delinear sua personalidade musical.

Finch é inquietante, original, complexo e denso. Suas composições, relativamente longas, merecem uma atenção muito especial por parte do ouvinte, de forma a melhor aproveitar todas as magníficas variações musicais envolvidas. Por tratar-se de uma obra riquíssima em andamentos, em sua maioria rápidos (em especial o álbum Beyond The Expression), o ouvinte, poderá numa primeira audição ficar um pouco desnorteado, chegando a perder o interesse pelo trabalho, no entanto, não se deixe levar pela primeira audição.

Ouvir o trabalho do Finch é como observar-se um exímio desenhista ao longo de seu processo criativo. Do branco espaço, sugem as primeiras linhas e traços que delineam a estrutura básica, dividem o espaço, determinam sua extenção. Gradualmente, do emaranhado de traços sem sentido, surgem quase que magicamente, contornos definidos, luzes, sombras, volumes e texturas. Quando o observador acha que a obra esta concluída, inicia-se uma outra fase, onde são finalmente acrescentadas as cores que irão ressaltar as luzes, as sombras, os volumes e as texturas.

Acredito que por conta de sua singular sonoridade, Finch certamente não recebeu, como ainda não recebe, a atenção e o prestígio legitimamente merecidos, por parte do público que aprecia o bom progressivo. Trata-se de uma música instrumental com um enfoque nada convencional e que exige do ouvinte um alto nível de concentração e abstração.
Como já mencionei anteriormente na postagem relativa ao álbum 'Beyond The Expression' (1976), "as composições são notoriamente conduzidas pela guitarra de Nimwegen, que foi fortemente influenciado pelo seu conterrâneo Jan Akkerman (Focus)", dentre muitas outras influências, revelando, ao longo desse álbum, um  profundo conhecimento e pleno domínio de diversas técnicas. No entanto, o fato da guitarra exercer um papel importante na condução das composições, não retira ou  diminui a importância e o virtuosismo dos demais integrantes, que são músicos de primeiríssima qualidade técnica.

Não vou me alongar em detalhadas dissertações. Finch é altamente recomendado. Se o visitante gosta de um progressivo mais pesado, repleto de andamentos que intercalam-se entre o lírico, o hard prog. e jazz rock, não deve deixar de ouvir os dois trabalhos aqui divulgados.

Glory Of The Inner Force (1975)

Músicas:
01. Register Magister
02. Paradoxical Moods
03. Pisces
04. A Bridge to Alice
05. Colosus, Part 1   (Bonus)
06. Colosus, Part 2   (Bonus)

Músicos:
Joop Van Nimwegen: guitarras
Cleem Determeijer : teclados
Peter Vink : baixo
Beer Klaasse : bateria

[Obrigado = Thanks] 


Se o caro visitante desejar conhecer o terceiro álbum do Finch "Galleons Of Passion" (1977), visite:
http://amakina.blogspot.com/2010/11/finch-galleons-of-passion-1977-lossless.html