domingo, 4 de outubro de 2009

Machiavel - Jester (1977)


Em 1974 na Bélgica, Roland De Greef (baixista) e Marc Ysaye (baterista e vocal) tocavam numa banda chamada Boby Dick. Estavam insatisfeitos com o marasmo musical belga. Naquela época (1975-76), o Progressivo já estava consolidado em toda a Europa, menos na Bélgica. Não havia nenhuma banda belga, de prestígio, tocando progressivo. Não demorou muito, encontraram Albert Letecheur (tecladista) e juntos decidiram formar a primeira banda de progressivo belga, nascia o Machiavel.

Com Roland De Greef no baixo, Marc Ysaye na baterista e vocal, Albert Letecheur nos teclados e Jack Roskam na guitarra, lançaram em abril de 1976 seu primeiro LP chamado “Machiavel”. Em 1977, motivados pela boa aceitação do primeiro LP e contando agora com Jean-Paul Devaux nas guitarras e Mario Guccio no vocal principal, a banda lança seu segundo LP “Jester”. É com esse trabalho que a sonoridade do Machiavel se torna madura.

Jester é um bom trabalho, revestido de brilhantes momentos, algumas demonstrações de grande originalidade e inúmeros momentos melódicos de fácil assimilação e memorização. Não espere grandes demonstrações de virtuosismo e técnica de seus integrantes, são competentes, mas não ousam uma performance mais complexa. Basicamente, essa obra, guarda alguma semelhança com a sonoridade do Supertramp. No entanto, vou aqui discordar da maioria autores de resenhas. Machiavel não tem nada em sua estrutura musical, que indique alguma semelhança com o Genesis. É um progressivo, original, suave, agradável e Belga (eles conseguiram!). Se tivessem cantado em francês, talvez fossem comparados ao Ange. (rsrsrs).

Um detalhe, quanto à capa, não pode deixar de ser mencionado. Não vou ficar aqui me lamentando com coisas do tipo: “...como era bom nos tempos do vinil...”, mas é incontestável que o CD destruiu a arte gráfica dos LP. Mas nesse caso em especial, tive a oportunidade de ter em mãos o LP original belga, que se consiste em um belíssimo álbum duplo, que ao abrir-se, revela em toda sua área interna, um magnífico desenho erótico de uma... “Suruba” (com letra maiúscula mesmo). O desenho era quase “pornográfico” para os padrões de meados dos anos 70. Não faz muito tempo consegui uma versão em CD de origem francesa (94) e para minha surpresa, decorridos 17 anos, não é que “decidiram” mudar o desenho interno, para uma versão mais “light”. Quanta hipocrisia... de qualquer forma, segue a imagem interna do CD.

Com essa mesma formação, Maquiavel lançou mais dois álbuns: “Mechanical Moonbeams’’ (78) e ‘‘Urban Games’’ (79). Mas infelizmente, severas divergências quanto às mudanças propostas na estrutura musical do Machiavel, levaram a saída de Albert Letecheur (um dos pilares do Machiavel) e a substituição do guitarrista Jean-Paul Devaux por Thierry Plas. Machiavel nunca mais seria o mesmo e a banda continuaria em seu novo projeto ainda por muitos anos, sem no entanto, jamais retornar ao progressivo”.

Jester (1977)

Músicas:
1. Wisdom
2. Sparkling jaw
3. Moments
4. In the reign of queen pollution
5. The jester
6. Mister street fair
7. Rock, sea, and tree
8. The birds are gone *
9. I'm nowhere *
*November 1974 Previously unreleased

Músicos:
Albert Letecheur: grand piano, electric piano, honky tonk piano, harpsichord, string ensemble, Mellotron, synthesizers, tubular bells, glockenspiel;
Roland De Greef: bass, cellobas, 6 & 12 strings acoustic guitar, carillon, bells, whistle, comb, tape effects, vocals;
Marc Ysaye: drums, vocals, tamborine, maracas, gong, wood blocks, glass blocks, broken glass, bells tree, sleigh bells, flextone, nutcracker;
Mario Guccio: vocals, flute, sax, clarinet;
Jean-Paul Devaux: electric guitar, 6 & 12 strings acoustic guitar, vocals;

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